Texto revisado e reeditado em 09/01/2023
Texto de Zayin
Há um
tempo me questionava “Por que querer evoluir? Para que? De onde vem essa
vontade de querer poder ser mais?”
Diversos
caminhos místicos, espirituais e religiosos sempre dizem para evoluir e
evoluir, tornar-se o mais iluminado possível, ser melhor, ajudar o máximo
possível os outros. Mas talvez essa vontade de querer ajudar e de ser melhor
seja mais um senso de dever perante às nossas crenças e valores do que fazer
por amor ao ato, ou por dever e amor ao mesmo tempo. E percebo em muitas
pessoas que é mais uma obrigação que elas lhe impõem do que realmente uma
vontade delas em fazer essas coisas.
Talvez
esse desejo de ser mais iluminado não vem unicamente de uma força maior, mas
sim de querer ser por apenas querer, e isso é o ego. Entenda o ego aqui como
uma máscara, um personagem que se basta nele mesmo e vive para ele em primeiro
lugar, e não é capaz de crescer, pois para isso é preciso abandonar certas
coisas que fazem parte dele, e isso é sacrificá-lo, e algo que o ego sempre
lutará contra é contra a sua morte, sua dissolução.
Em 2016
tive uma experiência interessante enquanto me fazia os questionamentos acima e
contemplava no tarot a figura do arcano O Mundo. E em algumas frações de
segundos foi como se o tempo parasse e alguma coisa jogasse blocos de
informações em minha mente. Algo bem parecido com um insight só que bem mais
forte e como se não partisse de mim.
Arcano O Mundo |
Acabei anotando e guardando o que veio desses blocos de informações e o transformei num texto. Lendo-o novamente, achei válido compartilhar aqui, pois mesmo passado já um tempo, eu ainda me surpreendo com a visão que ele me dá, e talvez para você também tenha alguma relevância. Ele está escrito numa narrativa como se eu estivesse falando comigo mesmo e para mim:
“Eu sou um fractal de algo muito maior.
Esses patamares de iluminação, os diversos níveis de consciência, o ser mais do
que esse que sou agora, tudo isso é outro fractal, outro nível, e assim o fluxo
segue infinitamente. Não posso ser outro fractal além do que sou no momento se
eu não atingir a potencialidade máxima do qual me encontro, isto é, ter todo o
entendimento e compreensão do fractal que sou. E quando atinjo essa
potencialidade então posso perceber o porquê e para que deveria ser um fractal
mais elevado. Essa visão e consciência ultrapassa o limite do desejo do ego, do
dever, do amor e da necessidade de ser mais apenas por querer.
Não são fatores isolados que me elevam,
mas sim quando todos se juntam e consigo ter a compreensão do Entendimento de
Binah e a Sabedoria de Hochma, e assim ser capaz de ver as coisas como um todo.
O fractal acima é uma parte de mim e sempre foi, assim como todos os infinitos
que existem. Só que para se chegar a um fractal mais evoluído é preciso atingir
a potencialidade do qual estou, ter a total consciência dele. E essa
consciência me faz perceber que o fractal superior é a minha potencialidade de
ser, mas que antes não podia, pois eu não tinha a consciência disso.
Isso explica de uma forma diferente os
sucessivos ciclos reencarnatórios, as diferentes consciências nos diversos
Planos de Existência e a nossa incapacidade de conseguir entender as coisas que
são maiores que nós. Mas apenas ter o entendimento não é o suficiente. É
preciso buscar o que quero depois disso... é preciso buscar minha outra parte.
Então questione-se novamente por que e
para que querer ser um espírito mais evoluído? É pelo dever? Por sentir
necessidade? Por amor? Por ego? Pelas crenças pessoais? Por uma força dentro de
você dizendo para evoluir? Por tudo isso?
Evoluir é um processo natural de tudo
que existe. É atingir seu potencial e se transformar em outro. É viver e
morrer, morrer e viver. É se tornar algo que transcende o seu atual estado. É
virar outro fractal do Uno. Então não tenho porque querer ser ou para que ser
mais evoluído, eu simplesmente serei e sou, pois evoluir é um processo natural
de tudo que existe. Existe todo um processo para essas evoluções, e se não
estou evoluindo ou me bastando no que sou é porque só não tenho a consciência
necessária para ser um novo fractal da existência ainda.
E enquanto isso eu devo ser o que
preciso ser: um espírito e uma consciência num corpo humano vivendo
experiências humanas. Experiências e vivências que se complementam em outros
Planos, onde aqui, no Plano Físico, busco saber qual é o meu propósito, e
quando descubro eu o vivo. E percebo que cada vez que atinjo um novo fractal de
consciência e existência aqui, vejo que era o meu potencial que podia ser
atingido, que era eu, e só compreendi isso quando tive o entendimento de todas
as coisas das quais vivi e ao meu redor que me fizeram chegar ali. Que me
fizeram ser a potencialidade que tinha. Que me fizeram ser o que eu era. Uma
nova parte de mim que sempre existiu. Um novo fractal do Uno.”
Resumindo,
nós somos como uma bolha dentro de infinitas bolhas. Não temos a consciência de
todas elas, de todas essas nossas partes, mas elas existem e estão lá para um
dia serem alcançadas, e não importa o tempo. Mas para alcançar essas novas
partes é preciso preencher o espaço da bolha por completo que nos encontramos,
pois só assim ela poderá se expandir. Você pode imaginar como se a bolha
estourasse e seu conteúdo com qual foi preenchida continuará crescendo e esse
processo seguirá infinitamente se tornando cada vez maior. Ou como se a bolha
expandisse de tamanho até encontrar o limite de outra e assim se fundisse com
ela para continuar crescendo infinitamente.
Essas
bolhas de existências poderiam ser chamadas também de Potenciais de Existência.
Potenciais que estão lá para serem alcançados, e, quando são, você tem uma
sensação estranha de que aquilo lá sempre fez parte de você, e que só pôde
alcançá-lo por conta de sua trajetória de vida, mas que sempre esteve lá,
apenas esperando para ser desperto. E então uma nova consciência se abre em seu
horizonte e é possível perceber que o que você deseja se tornar ou fazer não é
mais impulsionado por suas crenças, valores pessoais, desejos mundanos ou ego,
mas sim por um chamado que brotou desse despertar de consciência adquirido.
A
reflexão que quero deixar a você é: o que te move a querer buscar iluminação,
evolução, a ser melhor tem que partir de VOCÊ e não de alguém te dizendo isso.
Se você se sente bem, se basta em quem é, não há problemas nisso do ponto de
vista de evolução da consciência, pois um dia ela vai evoluir.
Nada é
estático na vida. Um dia uma nova consciência desabrochará lhe mostrando o real
motivo das escolhas que deseja tomar e de quem quer ser. Até lá viva a sua
existência da maneira que achar que precisa viver. Erre, acerte, sorria, chore,
emocione-se. Apenas viva. Mas lembre-se sempre que somos limitados pelo atual
EU que estamos sendo, e se quiser ser algo além do que é hoje, você não vai
poder se bastar em quem é. E é aí que um novo fractal de seu Potencial de
Existência lhe chama a ser e se torná-lo.
No que
você acredita invista, persista e nunca desista! Rumo à Tiferet!
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