O sentido simbólico dos ritos nos dias atuais
Texto de Marcella Helena
Como
são os ritos nos dias atuais?
Ultimamente tem me chamado à
atenção a falta de um marco para as inúmeras transições que todos nós
fazemos durante a vida. Antigamente, esses momentos de transição eram
marcados pelos ritos (rituais); hoje, esses momentos ou não estão sendo
vivenciados ou não estão tendo relevância na vida das pessoas.
Um número considerável de
clientes tem ido até o consultório reclamar sobre uma falta de sentido e se
queixam de se sentirem desencaixados no momento em que estão vivendo. Dando
alguns exemplos, é como se, mesmo estando na idade adulta, a pessoa ainda
esteja presa aos moldes de quando estava amadurecendo.
Ou então um jovem adulto que
não se sente pronto para ir para a vida pois de fato não se reconhece nesta
fase: ainda se sente como adolescente, vivendo dia após dia, sem muitos planos
e nada de segurança.
O
rito ao longo dos tempos
Antigamente, as pessoas
contavam com a ajuda de ritos para simbolizarem uma mudança de fase; cada tribo
ou família tinha seus meios próprios de iniciarem seus filhos conforme a vida
ia se apresentando. Esses ritos eram feitos em todos os momentos de
vida em que uma transição psíquica tinha de ser realizada, como nos marcos mais
tradicionais: iniciação à puberdade, casamento, nascimentos e mortes. Com
o tempo, os ritos foram atualizados e explorados culturalmente: a menina que
fazia 15 anos tinha uma festa para ser apresentada à sociedade; o primeiro emprego
era a porta necessária para entrar em uma vida adulta, etc., entre tantos
outros exemplos que podemos dar.
Avareza: que valor você dá para o dinheiro ? - Leandro Karnal
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Confira mais sobre o Defeito Capital da Avareza: Parte 1 e Parte 2
Reintegração e Evolução - Samekh, o 25º Caminho - Kabbalah Hermética
Letra Samekh em hebraico
Título: O
útero grávido
Inteligência:
Inteligência da Provação
Localização: Entre
Tiferet e Yesod
Significado:
Apoio, suporte
Valor Gemátrico: 60
Anjo: Adnachiel
Qliphot: Saksaksalim
Cor: Azul
Incenso: Aloe
Animais:
Cavalo, cachorro
Seres Lendários: Centauros, hipogrifo
Pedras: Sodalita,
Lápis lazúli, Safira azul
Plantas: Junco
Árvores:
Carvalho
Correlação:
Sagitário
Tarot: A
Temperança
Poderes: Transmutação
Símbolos:
Flecha
Rituais: Unir
consciente com inconsciente
O Caminho de Samekh
O 25º caminho é o de Samekh, conhecido também como o Caminho
do Meio. Ele é o mais rápido para ascender na Árvore da Vida até Kether. Liga a
esfera de Yesod até Tiferet, o Fundamento e a Beleza, Lua e Sol. Neste caminho
as Emoções Inferiores unem-se às Emoções Superiores, e com isso tem-se o
equilíbrio entre Essência e Personalidade.
Aqui, Ego e Self, Eu Inferior e Eu Superior, juntam-se num
processo de transformação, uma verdadeira alquimia espiritual, com intuito de
retificação de nossas forças internas e externas. Essa retificação se dá pela reconciliação
dos opostos. É uma integração da soma de todas as partes que você é. Essa ideia
está presente na alquimia pelo Casamento Alquímico, e também na psicologia
junguiana como o Processo de Individuação.
O Processo de
Individuação
Na psicologia junguiana o processo de Individuação está
relacionado com o reconhecimento e enfrentamento de nossa Sombra para que haja
a integração da mesma em nosso ser, e com isso busca-se a totalidade de quem
somos.
Carl G. Jung em sua obra Tipos
Psicológicos diz que “O processo
psicológico da individuação está intimamente vinculado à assim chamada função
transcendente [...]”. É um chamado
do Self ao Ego para trabalhar a Personalidade em busca da Individualidade.
Dentro do contexto cabalístico isso diz que é reconhecer o que está oculto no inconsciente e nas imagens mentais de Yesod, pois é nessa esfera que também estão as nossas Sombras e todos os aspectos inconscientes, astrais e mentais ocultos que fundamentam o ego que somos e que influenciam a nossa Personalidade.
Luxúria: Por que as religiões condenam o sexo? - Leandro Karnal
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Confira mais sobre o Defeito Capital da Luxúria: Parte 1 e Parte 2
Aprenda a Desenvolver a Paciência
Texto postado em 03/05/2019 – Revisado em 01/06/2022
Texto de Zayin
Quando você pede para ter paciência o que espera
receber? Como espera se sentir? O que você entende sobre o que é a paciência?
Com essas perguntas inicio este texto. Vou te
ensinar aqui a aplicar a paciência em sua jornada, seja lá qual for o campo que
necessite dela. Mas primeiro venha comigo entender um pouquinho mais sobre ela.
Quando perguntei sobre o que você entende o que é
a paciência provavelmente essas duas ideias se passaram em sua mente: é saber
esperar e é ter calma.
Bem, essas são as respostas que nossa mente pensa
rapidamente. Mas se nos aprofundarmos mais nessa questão e trabalharmos com um
raciocínio mais lento, chegaremos a uma incrível revelação. Ter paciência
é ser consciente! Ou seja, é alcançar uma consciência que desabrocha essa
virtude.
Gula: comida e cobrança pela boa forma - Leandro Karnal
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Inveja: Por que a felicidade alheia incomoda? Leandro Karnal
“A inveja contém um problema grave: o reconhecimento da impotência, da incapacidade, porque o invejoso sabe no fundo que ele está infeliz, porque o outro conseguiu o que ele não tem, o que ele não consegue, o que não é possível, não está a seu alcance ou simplesmente ele acha muito trabalhoso. A inveja é uma impotência, uma fraqueza. A inveja é uma incapacidade de produzir a própria felicidade, por isso mira tanto na felicidade alheia.”
- Leandro Karnal
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Confira mais sobre o Defeito Capital da Inveja: Parte 1 e Parte 2
Pã, o enviado de Gaia
Por Dra. Malena Segura Contrera - Membro Analista do IJEP
Dedicado a todos os animais silvestres que saltitam livres pelas ruas
das cidades mundo afora e a todos os animais domésticos que cuidam de nós em
nosso recolhimento.
A imagem de Pã é conhecida na sociedade ocidental como a face do Diabo.
Nas cartas de tarô ou no imaginário popular a figura do Diabo sempre se
aproxima da iconografia pela qual vimos Pã ser representado, a partir das
descrições que dele fazem as narrativas míticas.
Essa associação de Pã com o Diabo se constrói tardiamente no Cristianismo, sobretudo em função do ataque da igreja católica ao paganismo, que resistia para muito além do desejado no novo mundo cristão. Como sabemos, o termo pagão vem de “pagus”, que significa pedaço de terra arado, o que nos leva a compreender que, enfim, o pagão era o camponês, o homem que vivia na terra, da terra e para a terra. Pagãos eram as benzedeiras que faziam suas rezas com ervas, água, sal, os curandeiros que conheciam os segredos das ervas e beberagens, os agricultores que seguiam os segredos das lunações para plantar e colher, os criadores de animais que se orientavam pelos calendários lunares para acompanhamento do nascimento das novas crias... enfim, todos que organicamente se pautavam pela temporalidade e pelos ritmos naturais. Logo, a matéria concreta era o universo de onde emanava toda a vida. Estávamos no tempo do mundo encantado. E não foi fácil para o mundo cristão afastar os homens desse mundo, foram vários séculos de constantes ataques e, no entanto, só se obteve sucesso com o Protestantismo e a criação do Capitalismo, conforme apresentou Max Weber.
Observação, Retidão e Correção - Ayin, o 26º Caminho - Kabbalah Hermética
Texto de Zayin
Título: O ereto e orgulhoso
Inteligência:
Inteligência
Renovadora
Localização:
Entre
Tiferet e Hod
Significado:
Olho
Valor
gemátrico: 70
Anjo: ---
Qliphot: A’ano’nin
Cor: índigo
Incenso: Almíscar
Animais: Bode, Cabra
Seres reais,
lendários ou deuses: Faunos, Sátiros, Pan
Pedras: Diamante negro
Plantas: Artemísia absinthium,
Cardo, Orquídea Italiana
Árvores: Faia
Correlação: Capricórnio
Correspondência
no corpo humano: Genitais
Tarot: O Diabo
Símbolo/Armas: Lâmpada, Athame
Rituais: Equilíbrio entre
razão e intuição
Ayin
é o 26º Caminho da Árvore da Vida e está ligando a esfera de Tiferet à Hod.
Aqui temos a união da Individualidade com a Personalidade. A Verdadeira Essência
iluminando a mente racional do ser humano, para que assim, através da razão,
ele possa observar e melhorar a si mesmo a partir de seu intelecto, que é
iluminado pelo Divino (Tiferet).
O Caminho de Ayin
Essa
ideia de se melhorar a partir do que observamos em nós está também no texto
yetzirático, no qual diz que “O 26º
Caminho, é chamado de Inteligência Renovadora, porque o Deus Sagrado renova por
ele todo o mutável da criação do mundo”. O exercício de renovar tem como
objetivo tornar algo “novo”, que em essência é o mesmo, mas modificado, melhor,
com nova aparência, traduzindo assim a expressão da beleza que em essência ele
é. Atente-se que a utilização das palavras essência e beleza estão direcionadas
à esfera de Tiferet. Então temos aqui uma Personalidade (a persona/ego que
somos) se renovando através do intelecto para uma versão melhor de si mesma,
tornando a Individualidade (representação da essência divina de quem somos)
mais visível e expressiva.
Só
é possível renovar-se porque a mente é mutável. Hoje não somos a mesma pessoa
que éramos no passado, pois somos seres mutáveis, mas em essência somos a mesma
pessoa. Isso significa que constantemente adquirimos uma nova visão das coisas,
e com elas mudamos a forma de enxergar a nós e o mundo. Um claro exemplo disso
são de coisas que eram aceitáveis no passado e hoje serem condenáveis. E é com essa
nova visão que utilizamos a mente racional para corrigir as atitudes passadas,
nos fazendo ser mais conscientes hoje delas.
Tiferet joga luz sobre nossa mente, a ilumina com o poder divino que emana dela, e o
divino nos dá qualidades e atributos positivos para transformarmo-nos na melhor
versão de quem podemos ser, tudo isso através do caminho de Ayin.
Aqui
é o caminho de uma correção racional, consciente, no qual o Ser transforma o
feio no belo, defeitos em qualidades. É o racional agindo junto da beleza, Hod
e Tiferet unem-se com o propósito da mente ser expressão da Essência Divina. É a
razão tentando entender as intuições que emanam da esfera de Tiferet.
Ayin significa olho, e essa palavra tem um significado marcante nesse caminho.
O Eremita - O Sábio Que Existe No Silêncio Interior - Tarot
Texto de Zayin
“Às vezes é melhor ficar só,
E se afastar de tudo
Pra então de longe ver melhor.
E me isolar para conseguir introspecção,
E numa busca interior
Encontrar uma iluminação.
Pois no silêncio encontro as respostas
Da experiência e sabedoria
Na bagagem de anos que carrego em minhas costas.
E mesmo em meio a escuridão que nubla a minha mente
Tenho uma luz que ilumina
Os caminhos a minha frente.”
Há sempre momentos na vida que é necessário um recolhimento. Deixar a agitação da vida de lado e passar um tempo consigo mesmo, e ser capaz de pacientemente analisar o que é necessário para este momento nela.
As respostas para as dúvidas, aflições e indecisões que tanto lhe afligem já
não podem ser mais encontradas no mundo, mas somente dentro de si.
O Arcano de número IX é O Eremita, o arcano da busca
interior. Quando é preciso um olhar mais amplo e sábio sobre alguma situação de
sua vida, faz-se necessário a atitude do recolhimento, do afastamento e do silêncio. Não será
em meio ao caos da vida cotidiana e social que encontrará as respostas que
tanto bate a cabeça para achar, mas ao se afastar diretamente do que lhe
aflige, assim como o Eremita, será possível ver coisas que até então não podia.
O Eremita se isola no topo de uma montanha, não para fugir
dos problemas, mas para obter uma ampla visão de uma situação, assim ele a vê do
alto e não mais do meio dela. E isso lhe dá o poder de enxergar coisas que antes
não podia, e com isso compreender melhor o que precisa ser analisado e feito.
Ele é a figura de um sábio, aquele clássico sábio ou mestre que se isolou do mundo e detém os melhores e mais belos conhecimentos e ensinamentos, tanto que é representado por um velho barbado, e a barba é um sinal de sabedoria adquirida com o tempo. É o arcano da busca interior porque é na sabedoria que ele possui das experiências que obteve na vida que se encontram as respostas para seus questionamentos. Respostas essas que só podem ser encontradas dentro de si, pois se elas surgem no seu interior, então será nele que elas também estarão. Por isso, uma das palavras-chave desse arcano é introspecção.
O Sabbat de Beltane
Update: Revisão e novos itens acrescentados ao texto.
Texto postado em 02/11/2020
Beltane é o Sabbat realizado no meio da primavera. Aqui estamos no meio do caminho para a chegada do verão e nos preparando para ele. O sol começará a ganhar cada vez mais força para atingir seu ápice no solstício de verão, quando acontece o Sabbat de Litha.
Em Beltane se celebra a fertilidade, a volta da
luz, pois a parte de Sombra da Roda do Ano já passou, e também a união da Deusa
com o Deus, do princípio feminino com o masculino, e com isso, celebra-se
também o amor.
Enquanto que em nullOstara abrimos espaço para o novo e
começamos a preparar o terreno para a fertilidade que desejamos atingir, e
também plantamos as sementes que nos darão os frutos que esperamos, em Beltane
é chegado o momento em que o poder do Sol se une aos campos férteis da mãe
natureza, e assim as sementes plantadas começam a ganhar força para nascerem e
crescerem.
O festival de Beltane
O Sabbat de Beltane é derivado de uma antiga
festividade celta, o festival druida do fogo, e ele era dedicada ao deus
Belenus (Bel, Beleno), deus do sol e fogo, cujo nome significa “deus
brilhante”. Nesse festival era costume acender as fogueiras de Beltane (o fogo
de Bel) para iluminar o caminho para o verão e aumentar a fertilidade nos
animais, nas sementes e nas casas [¹]. Acendiam-se duas fogueiras para as
pessoas passarem entre elas, assim como gados e outros animais, com o objetivo
de serem purificados e limpos de energias negativas.
Ira: a cultura do ódio na internet e fora dela - Leandro Karnal
“A irritação é sempre prova, no
estoicismo, de falta de sabedoria. A irritação é um desequilíbrio, uma
inquietude, mostra que você ainda não se conhece, que você não sabe quem você é,
e que sua paz não lhe pertence, mas pertence ao mundo. Assim o mundo pode
permanentemente tirar a sua paz a qualquer instante.” –
Leandro Karnal
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Confira mais sobre o Defeito Capital da
Ira: Parte 1 e Parte 2
O Sabbat de Ostara e o Equinócio de Primavera
Update: Revisão e novos itens acrescentados ao texto.
Texto postado em 22/09/2020
Quando
pensamos em primavera, nossa imaginação a associa à flores e a uma sensação de
o clima estar bonito de se ver e gostoso de se sentir. Mas e se voltarmos no
tempo e tentarmos imaginar como era a chegada dessa estação pros povos da
antiguidade que viviam em tribos e no campo?
Após o fim
de rigorosos invernos, a chegada da primavera era o início de um ciclo que
trazia esperanças de dias mais quentes e o renascimento da natureza novamente.
As árvores
com seus galhos secos começam a ganhar novas folhas, a terra e o clima começam
a ficar apropriados para plantios, animais que hibernam ou migravam devido ao
inverno começam a voltar à natureza local, e esses povos antigos, que ficavam
praticamente presos em casa devido ao intenso frio, podiam voltar à normalidade
da vida no campo.
Essa passagem de estação é celebrada em diversas culturas, embora seja no hemisfério norte que essa celebração esteja mais presente. Nele é possível ver que alguns elementos dessas tradições antigas ainda perduram até os dias de hoje, isso porque o cristianismo da época não conseguiu eliminá-las, pois eram muito presentes e fortes para o povo do campo, então precisou adotar e adaptar alguns desses costumes.
O Sabbat
de Ostara é uma dessas celebrações que é realizada na chegada da primavera.
Enquanto no hemisfério sul esse sabbat é comemorado em setembro, no hemisfério
norte ele é comemorado em março, e nele esse é um mês que marca o início de um
novo ano em diversas culturas, inclusive é nesse mês, bem próximo o dia da
entrada da primavera, que começa o ano novo astrológico, que é quando o sol
entra no signo de Áries. E também é geralmente o mês que se é comemorado a
páscoa. E a páscoa está repleta de simbolismos e elementos que vem direto da
celebração do equinócio de primavera. Pra quem se pergunta o porquê do coelhinho
e dos ovos de páscoa presentes nela, o mito da deusa Ostara ou Eostre explica
isso. Então vamos aos poucos destrinchar o que o Sabbat de Ostara nos tem a
ensinar e a conhecer sobre ele.
Preguiça: como usá-la a favor da produtividade? - Leandro Karnal
“Há
pecados marcados pela falta, pela inação. A preguiça ela é uma omissão, a
incapacidade de fazer o certo, de fazer o bem, de trabalhar pelo plano de Deus,
de fazer aquilo que se espera de uma pessoa.” Leandro Karnal
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Confira mais sobre o Defeito Capital da Preguiça: Parte 1 e Parte 2
Como controlar a Vaidade - Leandro Karnal
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mais ainda ela.
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luz sobre nossos defeitos e falhas, e a partir desse conhecimento então mudar o
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mesmos.
Confira mais
sobre o Defeito Capital do Orgulho: Parte 1 e Parte 2
O Sabbat de Imbolc
Quando
o inverno chega em sua metade, é chegado o momento da celebração do Sabbat de
Imbolc. Aqui é a época no qual o frio começará a ficar menos intenso, e é
também o ápice do inverno. Com isso temos a certeza de uma coisa: de que ele
está chegando ao fim e que dias mais quentes estão por vir com a chegada da
primavera.
O
sol está retornando, ficando aos poucos cada vez mais forte. Em países que no
inverno é costume nevar e o gelo tomar conta de tudo, começará o processo de degelo
nesse período, e assim a terra dará início ao processo de crescimento do verde
na natureza.
Imbolc
é uma antiga festividade pagã comemorada pelo povo celta. No hemisfério norte é comemorado entre 1 e 2 de fevereiro, já no hemisfério sul normalmente
entre 30 de julho a 2 de agosto. Lembrando que as datas de comemorações dos
sabbats não são fixas nos dias tradicionais estipulados, e elas podem ser
alteradas para datas próximas a essas para fins de uma maior experiência
proposta por diferentes religiões ou caminhos espirituais que as celebram.
Um festival sobre fortalecimento e
purificação
Na época em que ocorre Imbolc é também o período em que os animais começam a produção de leite e as ovelhas amamentam seus cordeiros. Outro nome dado para Imbolc é Oimelc, termo esse classificado por um glossário etimológico irlandês como “leite de ovelha”. Portanto, no conto para narrar o ciclo da Roda do Ano aqui no blog, o deus Sol/a criança da promessa nascida em Yule, está no processo de amamentação em Imbolc, se fortalecendo e crescendo cada vez mais.
Os Enamorados - O Amor e As Difíceis Decisões da Vida - Tarot
Texto de Zayin
“Quando em dúvida estiver
De qual caminho tomar
Tente seu coração escutar,
Pois o amor dele te guiará.
E se no meio da encruzilhada se encontrar
Poderá então assim ver
Que se sabe qual caminho que deve escolher.
E assim verá que dúvida não há,
Pois o verdadeiro chamado do coração
A um caminho só te levará”
Diversos foram os caminhos que tomamos para
chegarmos onde estamos hoje. Diversas foram as escolhas que nos fizeram felizes
ou tristes, que nos abriram ou fecharam portas, que nos libertaram ou nos
aprisionaram. Nem sempre estamos preparados para as escolhas que a vida nos
obriga a fazer, mas por bem ou por mal aprendemos com elas, e assim adquirimos
conhecimento pela escolha de um determinado caminho e também a sabedoria do que
essa experiência trouxe.
Nem sempre o caminho mais fácil é o certo, e nem
sempre o caminho certo é o mais fácil. A verdadeira certeza das escolhas que
fazemos é quando podemos notar que estamos unidos de corpo e alma, de mente e
espírito, e do Eu com o divino em cada um de nós.
O Arcano de número VI é Os Enamorados, chamado
também de Os Amantes em alguns tarots. Esse é um arcano que está representando
escolhas, e com elas as difíceis decisões da vida, que de difícil realmente não
são quando se está unido com sua essência para decidir. Mas aqui também é
abordado o amor, não só por uma pessoa, mas por tudo o que seu coração é capaz
de sentir, seja alguém, seja algo, seja um trabalho pelo qual é apaixonado. Muitas
decisões que tomamos não são pautadas no real amor, e com isso podemos escolher
algo que lá na frente nos deixará infelizes. E o amor aqui é a união, é o
laço que nos une a algo tão amado.
O tarot de Waite faz alusão a Adão e Eva no
paraíso. Os dois são feitos um para o outro, assim como certas coisas na vida
são feitas para nós, e sob a benção divina eles vivem. Estão despidos, pois não
existe a vergonha para eles, não há vergonha em ser quem eles são, no paraíso
em que vivem eles podem ser eles mesmos, portanto, lembre-se sempre de não ter
vergonha de escolher o caminho em que você pode ser quem realmente é.
Este arcano pode estar indicando que você busca o seu paraíso, mas está em um impasse, está em um momento de escolhas que seguem diferentes caminhos, e talvez acredite que eles possam ser o seu paraíso e por isso é tão difícil a escolha. Você pode também sentir medo de errar ao escolher, e isso lhe trava a decidir o caminho, mas lembre-se que se a indecisão prevalecer, a vida que pode tomar essa decisão por você.
O Solstício de Inverno e o Sabbat de Yule
No solstício de inverno, que no hemisfério sul acontece por
volta de 21 de junho e no hemisfério norte 21 de dezembro, ocorre a festividade
de Yule. Ele marca a ocorrência de um evento de extrema
importância para muitas culturas, sendo este evento possuidor de uma
carga simbólica muito forte. Tão forte a ponto de se refletir até hoje em nossa
e diversas outras culturas do mundo moderno. Estou falando sobre o retorno
do sol, ou utilizando a mitologia abordada aqui no blog sobre a
Roda do Ano, o retorno/renascimento do deus Sol. Primeiramente, para entender o
simbolismo do Sabbat de Yule é preciso entender como funciona um solstício.
Os solstícios são
os pontos máximos de distância que o sol tem em relação à Terra. Enquanto que
no solstício de verão, que se comemora o Sabbat Litha, temos o Sol no seu auge,
ou seja, no ponto mais próximo da Terra, no solstício de inverno temos o sol no
seu ponto mais distante dela. Nesse dia ocorre a noite mais longa do ano,
e logo após ele, o sol retorna aos poucos e vai ganhando forças até atingir
novamente seu ápice, dando assim continuidade ao movimento cíclico da Natureza.
Esse retorno do
sol é simbolicamente representado em diversas culturas pelo nascimento da
criança da promessa ou o nascimento da esperança, e a partir desse simbolismo
se é criado mitos, ritos e festividades em torno deste evento de solstício de
inverno. E nele, como já dito, celebra-se Yule.
Em tradições
wiccas, honra-se o deus chifrudo nessa época, pois ele domina a parte
escura da Roda do Ano, da qual Yule faz parte. E em muitas outras culturas era
prestado o culto ao sol, pois o solstício de inverno marcava o nascimento dele.
Na atualidade
existem diversas maneiras de celebrar o Sabbat de Yule, pois com o decorrer do
tempo criou-se um sincretismo de diversas culturas do simbolismo da chegada do
inverno, e com isso ele possui muitos elementos de diversos povos, e um exemplo
claro disso é o natal, que incorporou muito das festividades de Yule, o que
veremos mais à frente. Mas primeiro vamos ver um pouco dos mitos mais famosos
no mundo em torno desse evento, que são relevantes para entender mais sobre
esse Sabbat.