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A importância dos Sonhos na época do Natal e a força de arquétipos fundamentais do ser humano

 

Texto de Bia Rossi

 


O Natal expressa arquétipos fundamentais do ser humano. É um momento de intensa meditação, onde os sonhos expressam o ano vindouro pelas 12 Noites Santas.

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Natal, uma história que perdura há milênios, conhecida pela maioria dos povos de um planeta inteiro.

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Um casal, José e Maria, no meio da multidão e das festas, batem de porta em porta em busca de um abrigo para dar à luz a um menino iluminado. Ninguém deu abrigo e o menino foi nascer num lugar silencioso, rodeado de seres da natureza.

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Uma luz chega ao mundo. Enquanto os sábios do oriente, guiados por uma estrela vêm encontrar o verdadeiro rei que vai nascer, Herode, dominado pelo medo e inveja, o “falso rei”, ao saber da notícia, manda matar todas as crianças menores de 2 anos. É a sombra que se expressa quando a luz chega. Quando há luz, existem anteparos que geram sombras



Qual a influência desse momento em nossas vidas?

 

Grandes arquétipos da humanidade se mostram nessa história. Um homem e uma mulher, o masculino e feminino, se unindo, originando um outro ser, numinoso, transcendente às polaridades. É a expressão do divino, o grande arquétipo do desenvolvimento espiritual, o nascimento de um rei salvador.


O que há de nascer em nós nesse Natal?

Reintegração e Evolução - Samekh, o 25º Caminho - Kabbalah Hermética

Letra Samekh em hebraico 


Título: O útero grávido

Inteligência: Inteligência da Provação

Localização: Entre Tiferet e Yesod

Significado: Apoio, suporte

Valor Gemátrico: 60

Anjo: Adnachiel

Qliphot: Saksaksalim

Cor: Azul

Incenso: Aloe

Animais: Cavalo, cachorro

Seres Lendários: Centauros, hipogrifo

Pedras: Sodalita, Lápis lazúli, Safira azul

Plantas: Junco

Árvores: Carvalho

Correlação: Sagitário

Tarot: A Temperança

Poderes: Transmutação                                            

Símbolos: Flecha

Rituais: Unir consciente com inconsciente


O Caminho de Samekh

 

O 25º caminho é o de Samekh, conhecido também como o Caminho do Meio. Ele é o mais rápido para ascender na Árvore da Vida até Kether. Liga a esfera de Yesod até Tiferet, o Fundamento e a Beleza, Lua e Sol. Neste caminho as Emoções Inferiores unem-se às Emoções Superiores, e com isso tem-se o equilíbrio entre Essência e Personalidade.

Aqui, Ego e Self, Eu Inferior e Eu Superior, juntam-se num processo de transformação, uma verdadeira alquimia espiritual, com intuito de retificação de nossas forças internas e externas. Essa retificação se dá pela reconciliação dos opostos. É uma integração da soma de todas as partes que você é. Essa ideia está presente na alquimia pelo Casamento Alquímico, e também na psicologia junguiana como o Processo de Individuação.

 

O Processo de Individuação


Na psicologia junguiana o processo de Individuação está relacionado com o reconhecimento e enfrentamento de nossa Sombra para que haja a integração da mesma em nosso ser, e com isso busca-se a totalidade de quem somos.

Carl G. Jung em sua obra Tipos Psicológicos diz que “O processo psicológico da individuação está intimamente vinculado à assim chamada função transcendente [...]”.  É um chamado do Self ao Ego para trabalhar a Personalidade em busca da Individualidade.

Dentro do contexto cabalístico isso diz que é reconhecer o que está oculto no inconsciente e nas imagens mentais de Yesod, pois é nessa esfera que também estão as nossas Sombras e todos os aspectos inconscientes, astrais e mentais ocultos que fundamentam o ego que somos e que influenciam a nossa Personalidade.

Soldadinho De Chumbo

Por Hellen Reis Mourão

 


Era uma vez um menino que, em seu aniversário, ganhou uma caixa com 25 soldadinhos e os alinhou em cima de uma mesa. O último soldadinho de chumbo tinha apenas uma perna.

Perto, havia uma bailarina de papel e ela se equilibrava somente em uma perna, com os braços levantados.

O soldado de uma perna só acredita que a bailarina também tinha somente uma perna, e se apaixonou por ela.

Naquela noite, um gênio mau, entre os outros brinquedos, advertiu o soldado para que ele pare de olhar para a bailarina, mas o soldado o ignorou.

No dia seguinte, o soldado caiu da janela, trabalho do gênio, e ficou na calçada. Dois meninos encontraram o soldado, colocaram-no em um barquinho de papel e lançaram-no pela sarjeta.

O barquinho cai no esgoto e continuou a navegar até cair num rio, onde foi engolido por um peixe.

Quando este peixe foi pescado e cortado, o soldado estava na mesma casa de antes e colocado de volta próximo à bailarina.

Sem querer, o soldado cai no fogo. Um vento sopra e derruba a bailarina também no fogo; ela é consumida instantaneamente, somente restando o coração de pedra azul.

O soldado derrete numa poça em forma de coração e prende no coração da bailarina.

A História do Conto

O Soldadinho de Chumbo é um conto de fadas escrito por Hans Christian Andersen e publicado pela primeira vez em 1838.

Foi o primeiro conto escrito totalmente por Andersen. É importante notar que:

·         Um conto de narrativa curta e fora dos padrões dos contos mais conhecidos.

·         Aqui o herói é um soldadinho de chumbo de uma perna só, que se apaixona platonicamente por uma bailarina, que ele julga ser igual a ele.

·         Podemos supor que o soldadinho sem uma perna seja um aspecto da infância do menino.

·         Ele passa por um processo de transformação ao morrer. Ou seja, um aspecto do menino irá passar pelo fogo das emoções e morrer para que algo novo renasça.


A palavra fada vem do latim, fatum, que significa fatalidade, destino, fado.

O soldadinho de chumbo cumpre seu destino fatal, mesmo passando por adversidades e contratempos.

Um aspecto interessante nesse conto, é que o destino nasce do desejo. Ao desejar a bailarina e se espelhar nela ele cumpre seu destino, que nada mais é que a transformação e a imortalização do amor.

Isso significa que o desejo é a fachada para o cumprimento de um destino, que nada mais é que o nosso processo de individuação.

Precedentes na Mitologia e na Psicologia

O tema do amor imortal aparece em mitos como o de Eros e Psiquê.

Anjo Bom / Anjo Mau

 

Texto retirado de http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2018/06/

 

Já viram algum desenho animado onde um anjo e um diabo ficam pousados no ombro (ou cada um de um lado) do personagem e ficam tentando convencê-lo a fazer (ou desistir de) alguma coisa?


O termo técnico pra isso é Psychomachia (Batalha da Alma), e implica justamente um embate das virtudes contra os vícios. Pra usar termos psicológicos, poderíamos dizer que o Anjo é o Superego (Consciência moral), o Demônio é o Id (Instinto) e a pessoa no meio é o Ego (que é meio que o organizador, pegando os prazeres do Id e lidando com eles de acordo com as demandas do Superego e as condições/necessidades reais do mundo).

Esse tipo de organização espacial, de dois anjos (sim, o demônio é um anjo caído, mas um anjo) nos ombros muito provavelmente foi inspirado no Islamismo, onde temos no Corão dois "anjos escribas" (Kiraman Katibin) chamados Raqib e Atid, e eles ficam cada um em cima de um ombro, anotando num livro os pecados e boas ações de cada ser humano. Raqib senta-se no ombro direito e escreve cada pensamento, ação ou sentimento bom que a pessoa tenha durante o dia, e Atid fica no lado esquerdo, fazendo o mesmo, mas do que for ruim.

Após a morte da pessoa é dito que ela passa pelo Dia do Julgamento, onde cada pessoa será confrontada com seus dois livros, e os anjos estarão presentes para dizer a Deus tudo o que a pessoa fez. Maomé diz que o anjo da esquerda levanta sua pena (lápis) por um certo período de tempo antes de escrever cada ato ruim. Se nesse meio-tempo a pessoa se arrepender e pedir o perdão de Deus, o pecado não será escrito. Mas mesmo que seja escrito ainda há tempo de se arrepender e pedir perdão no instante antes da morte. Por isso é dito que Allah é misericordioso...

Pã, o enviado de Gaia

Por Dra. Malena Segura Contrera - Membro Analista do IJEP

 

Dedicado a todos os animais silvestres que saltitam livres pelas ruas das cidades mundo afora e a todos os animais domésticos que cuidam de nós em nosso recolhimento.


                         

 

A imagem de Pã é conhecida na sociedade ocidental como a face do Diabo. Nas cartas de tarô ou no imaginário popular a figura do Diabo sempre se aproxima da iconografia pela qual vimos Pã ser representado, a partir das descrições que dele fazem as narrativas míticas.

Essa associação de Pã com o Diabo se constrói tardiamente no Cristianismo, sobretudo em função do ataque da igreja católica ao paganismo, que resistia para muito além do desejado no novo mundo cristão. Como sabemos, o termo pagão vem de “pagus”, que significa pedaço de terra arado, o que nos leva a compreender que, enfim, o pagão era o camponês, o homem que vivia na terra, da terra e para a terra. Pagãos eram as benzedeiras que faziam suas rezas com ervas, água, sal, os curandeiros que conheciam os segredos das ervas e beberagens, os agricultores que seguiam os segredos das lunações para plantar e colher, os criadores de animais que se orientavam pelos calendários lunares para acompanhamento do nascimento das novas crias... enfim, todos que organicamente se pautavam pela temporalidade e pelos ritmos naturais. Logo, a matéria concreta era o universo de onde emanava toda a vida. Estávamos no tempo do mundo encantado. E não foi fácil para o mundo cristão afastar os homens desse mundo, foram vários séculos de constantes ataques e, no entanto, só se obteve sucesso com o Protestantismo e a criação do Capitalismo, conforme apresentou Max Weber.

Observação, Retidão e Correção - Ayin, o 26º Caminho - Kabbalah Hermética

 Texto de Zayin


 

Título: O ereto e orgulhoso

Inteligência: Inteligência Renovadora

Localização: Entre Tiferet e Hod

Significado: Olho

Valor gemátrico: 70

Anjo: ---

Qliphot: A’ano’nin

Cor: índigo

Incenso: Almíscar

Animais: Bode, Cabra

Seres reais, lendários ou deuses: Faunos, Sátiros, Pan

Pedras: Diamante negro

Plantas: Artemísia absinthium, Cardo, Orquídea Italiana

Árvores: Faia

Correlação: Capricórnio

Correspondência no corpo humano: Genitais

Tarot: O Diabo

Símbolo/Armas: Lâmpada, Athame

Rituais: Equilíbrio entre razão e intuição

 

 

Ayin é o 26º Caminho da Árvore da Vida e está ligando a esfera de Tiferet à Hod. Aqui temos a união da Individualidade com a Personalidade. A Verdadeira Essência iluminando a mente racional do ser humano, para que assim, através da razão, ele possa observar e melhorar a si mesmo a partir de seu intelecto, que é iluminado pelo Divino (Tiferet).

O Caminho de Ayin


Essa ideia de se melhorar a partir do que observamos em nós está também no texto yetzirático, no qual diz que “O 26º Caminho, é chamado de Inteligência Renovadora, porque o Deus Sagrado renova por ele todo o mutável da criação do mundo”. O exercício de renovar tem como objetivo tornar algo “novo”, que em essência é o mesmo, mas modificado, melhor, com nova aparência, traduzindo assim a expressão da beleza que em essência ele é. Atente-se que a utilização das palavras essência e beleza estão direcionadas à esfera de Tiferet. Então temos aqui uma Personalidade (a persona/ego que somos) se renovando através do intelecto para uma versão melhor de si mesma, tornando a Individualidade (representação da essência divina de quem somos) mais visível e expressiva.

Só é possível renovar-se porque a mente é mutável. Hoje não somos a mesma pessoa que éramos no passado, pois somos seres mutáveis, mas em essência somos a mesma pessoa. Isso significa que constantemente adquirimos uma nova visão das coisas, e com elas mudamos a forma de enxergar a nós e o mundo. Um claro exemplo disso são de coisas que eram aceitáveis no passado e hoje serem condenáveis. E é com essa nova visão que utilizamos a mente racional para corrigir as atitudes passadas, nos fazendo ser mais conscientes hoje delas.

Tiferet joga luz sobre nossa mente, a ilumina com o poder divino que emana dela, e o divino nos dá qualidades e atributos positivos para transformarmo-nos na melhor versão de quem podemos ser, tudo isso através do caminho de Ayin.

Aqui é o caminho de uma correção racional, consciente, no qual o Ser transforma o feio no belo, defeitos em qualidades. É o racional agindo junto da beleza, Hod e Tiferet unem-se com o propósito da mente ser expressão da Essência Divina. É a razão tentando entender as intuições que emanam da esfera de Tiferet.

Ayin significa olho, e essa palavra tem um significado marcante nesse caminho.

O Sabbat de Beltane

 

Update: Revisão e novos itens acrescentados ao texto.

Texto postado em 02/11/2020




  Beltane é o Sabbat realizado no meio da primavera. Aqui estamos no meio do caminho para a chegada do verão e nos preparando para ele. O sol começará a ganhar cada vez mais força para atingir seu ápice no solstício de verão, quando acontece o Sabbat de Litha.

Em Beltane se celebra a fertilidade, a volta da luz, pois a parte de Sombra da Roda do Ano já passou, e também a união da Deusa com o Deus, do princípio feminino com o masculino, e com isso, celebra-se também o amor.


Enquanto que em nullOstara abrimos espaço para o novo e começamos a preparar o terreno para a fertilidade que desejamos atingir, e também plantamos as sementes que nos darão os frutos que esperamos, em Beltane é chegado o momento em que o poder do Sol se une aos campos férteis da mãe natureza, e assim as sementes plantadas começam a ganhar força para nascerem e crescerem.  

 

O festival de Beltane

O Sabbat de Beltane é derivado de uma antiga festividade celta, o festival druida do fogo, e ele era dedicada ao deus Belenus (Bel, Beleno), deus do sol e fogo, cujo nome significa “deus brilhante”. Nesse festival era costume acender as fogueiras de Beltane (o fogo de Bel) para iluminar o caminho para o verão e aumentar a fertilidade nos animais, nas sementes e nas casas [¹]. Acendiam-se duas fogueiras para as pessoas passarem entre elas, assim como gados e outros animais, com o objetivo de serem purificados e limpos de energias negativas.


O Sabbat de Ostara e o Equinócio de Primavera


Update: Revisão e novos itens acrescentados ao texto.

Texto postado em 22/09/2020




Quando pensamos em primavera, nossa imaginação a associa à flores e a uma sensação de o clima estar bonito de se ver e gostoso de se sentir. Mas e se voltarmos no tempo e tentarmos imaginar como era a chegada dessa estação pros povos da antiguidade que viviam em tribos e no campo?

 

Após o fim de rigorosos invernos, a chegada da primavera era o início de um ciclo que trazia esperanças de dias mais quentes e o renascimento da natureza novamente.

 

As árvores com seus galhos secos começam a ganhar novas folhas, a terra e o clima começam a ficar apropriados para plantios, animais que hibernam ou migravam devido ao inverno começam a voltar à natureza local, e esses povos antigos, que ficavam praticamente presos em casa devido ao intenso frio, podiam voltar à normalidade da vida no campo.

 

Essa passagem de estação é celebrada em diversas culturas, embora seja no hemisfério norte que essa celebração esteja mais presente. Nele é possível ver que alguns elementos dessas tradições antigas ainda perduram até os dias de hoje, isso porque o cristianismo da época não conseguiu eliminá-las, pois eram muito presentes e fortes para o povo do campo, então precisou adotar e adaptar alguns desses costumes.

O Sabbat de Ostara é uma dessas celebrações que é realizada na chegada da primavera. Enquanto no hemisfério sul esse sabbat é comemorado em setembro, no hemisfério norte ele é comemorado em março, e nele esse é um mês que marca o início de um novo ano em diversas culturas, inclusive é nesse mês, bem próximo o dia da entrada da primavera, que começa o ano novo astrológico, que é quando o sol entra no signo de Áries. E também é geralmente o mês que se é comemorado a páscoa. E a páscoa está repleta de simbolismos e elementos que vem direto da celebração do equinócio de primavera. Pra quem se pergunta o porquê do coelhinho e dos ovos de páscoa presentes nela, o mito da deusa Ostara ou Eostre explica isso. Então vamos aos poucos destrinchar o que o Sabbat de Ostara nos tem a ensinar e a conhecer sobre ele.


 

O Sabbat de Imbolc

 


Quando o inverno chega em sua metade, é chegado o momento da celebração do Sabbat de Imbolc. Aqui é a época no qual o frio começará a ficar menos intenso, e é também o ápice do inverno. Com isso temos a certeza de uma coisa: de que ele está chegando ao fim e que dias mais quentes estão por vir com a chegada da primavera.

O sol está retornando, ficando aos poucos cada vez mais forte. Em países que no inverno é costume nevar e o gelo tomar conta de tudo, começará o processo de degelo nesse período, e assim a terra dará início ao processo de crescimento do verde na natureza.



Imbolc é uma antiga festividade pagã comemorada pelo povo celta. No hemisfério norte é comemorado entre 1 e 2 de fevereiro, já no hemisfério sul normalmente entre 30 de julho a 2 de agosto. Lembrando que as datas de comemorações dos sabbats não são fixas nos dias tradicionais estipulados, e elas podem ser alteradas para datas próximas a essas para fins de uma maior experiência proposta por diferentes religiões ou caminhos espirituais que as celebram.

 

Um festival sobre fortalecimento e purificação

 

Na época em que ocorre Imbolc é também o período em que os animais começam a produção de leite e as ovelhas amamentam seus cordeiros. Outro nome dado para Imbolc é Oimelc, termo esse classificado por um glossário etimológico irlandês como “leite de ovelha”. Portanto, no conto para narrar o ciclo da Roda do Ano aqui no blog, o deus Sol/a criança da promessa nascida em Yule, está no processo de amamentação em Imbolc, se fortalecendo e crescendo cada vez mais.

Os Enamorados - O Amor e As Difíceis Decisões da Vida - Tarot

 

Texto de Zayin

 

“Quando em dúvida estiver

De qual caminho tomar

Tente seu coração escutar,

Pois o amor dele te guiará.

E se no meio da encruzilhada se encontrar

Poderá então assim ver

Que se sabe qual caminho que deve escolher.

E assim verá que dúvida não há,

Pois o verdadeiro chamado do coração

A um caminho só te levará” 

 

 

Diversos foram os caminhos que tomamos para chegarmos onde estamos hoje. Diversas foram as escolhas que nos fizeram felizes ou tristes, que nos abriram ou fecharam portas, que nos libertaram ou nos aprisionaram. Nem sempre estamos preparados para as escolhas que a vida nos obriga a fazer, mas por bem ou por mal aprendemos com elas, e assim adquirimos conhecimento pela escolha de um determinado caminho e também a sabedoria do que essa experiência trouxe.

Nem sempre o caminho mais fácil é o certo, e nem sempre o caminho certo é o mais fácil. A verdadeira certeza das escolhas que fazemos é quando podemos notar que estamos unidos de corpo e alma, de mente e espírito, e do Eu com o divino em cada um de nós.

O Arcano de número VI é Os Enamorados, chamado também de Os Amantes em alguns tarots. Esse é um arcano que está representando escolhas, e com elas as difíceis decisões da vida, que de difícil realmente não são quando se está unido com sua essência para decidir. Mas aqui também é abordado o amor, não só por uma pessoa, mas por tudo o que seu coração é capaz de sentir, seja alguém, seja algo, seja um trabalho pelo qual é apaixonado. Muitas decisões que tomamos não são pautadas no real amor, e com isso podemos escolher algo que lá na frente nos deixará infelizes. E o amor aqui é a união, é o laço que nos une a algo tão amado.  

O tarot de Waite faz alusão a Adão e Eva no paraíso. Os dois são feitos um para o outro, assim como certas coisas na vida são feitas para nós, e sob a benção divina eles vivem. Estão despidos, pois não existe a vergonha para eles, não há vergonha em ser quem eles são, no paraíso em que vivem eles podem ser eles mesmos, portanto, lembre-se sempre de não ter vergonha de escolher o caminho em que você pode ser quem realmente é.

Este arcano pode estar indicando que você busca o seu paraíso, mas está em um impasse, está em um momento de escolhas que seguem diferentes caminhos, e talvez acredite que eles possam ser o seu paraíso e por isso é tão difícil a escolha. Você pode também sentir medo de errar ao escolher, e isso lhe trava a decidir o caminho, mas lembre-se que se a indecisão prevalecer, a vida que pode tomar essa decisão por você.

O Solstício de Inverno e o Sabbat de Yule

 


No solstício de inverno, que no hemisfério sul acontece por volta de 21 de junho e no hemisfério norte 21 de dezembro, ocorre a festividade de Yule. Ele marca a ocorrência de um evento de extrema importância para muitas culturas, sendo este evento possuidor de uma carga simbólica muito forte. Tão forte a ponto de se refletir até hoje em nossa e diversas outras culturas do mundo moderno. Estou falando sobre o retorno do sol, ou utilizando a mitologia abordada aqui no blog sobre a Roda do Ano, o retorno/renascimento do deus Sol. Primeiramente, para entender o simbolismo do Sabbat de Yule é preciso entender como funciona um solstício.

Os solstícios são os pontos máximos de distância que o sol tem em relação à Terra. Enquanto que no solstício de verão, que se comemora o Sabbat Litha, temos o Sol no seu auge, ou seja, no ponto mais próximo da Terra, no solstício de inverno temos o sol no seu ponto mais distante dela. Nesse dia ocorre a noite mais longa do ano, e logo após ele, o sol retorna aos poucos e vai ganhando forças até atingir novamente seu ápice, dando assim continuidade ao movimento cíclico da Natureza.

Esse retorno do sol é simbolicamente representado em diversas culturas pelo nascimento da criança da promessa ou o nascimento da esperança, e a partir desse simbolismo se é criado mitos, ritos e festividades em torno deste evento de solstício de inverno. E nele, como já dito, celebra-se Yule.

Em tradições wiccas, honra-se o deus chifrudo nessa época, pois ele domina a parte escura da Roda do Ano, da qual Yule faz parte. E em muitas outras culturas era prestado o culto ao sol, pois o solstício de inverno marcava o nascimento dele.

Na atualidade existem diversas maneiras de celebrar o Sabbat de Yule, pois com o decorrer do tempo criou-se um sincretismo de diversas culturas do simbolismo da chegada do inverno, e com isso ele possui muitos elementos de diversos povos, e um exemplo claro disso é o natal, que incorporou muito das festividades de Yule, o que veremos mais à frente. Mas primeiro vamos ver um pouco dos mitos mais famosos no mundo em torno desse evento, que são relevantes para entender mais sobre esse Sabbat.

 

O Sabbat de Samhain

Texto revisado em 14/01/2023


O Sabbat de Samhain (pronuncia-se Sou En), é uma festividade pagã que tem origem com o povo celta e de seu antigo festival dos mortos. Para eles, Samhain marcava o início do ano novo e também o fim do verão, mas para compreender isso é preciso saber que para esse povo a noção de estações do ano como temos hoje não existia, o que eles compreendiam é que na natureza só existia o verão e inverno, portanto era na época desse Sabbat que ficava mais evidente o fim do verão, pois as noites eram mais longas em contraste com o dia, que ficava mais curto, os ventos frios se faziam mais presentes e quase não se via mais os verdes dos campos, mas sim o amarronzado das folhas por cair na terra.  



Samhain é comemorado tradicionalmente no hemisfério sul no dia 1º de maio e no hemisfério norte no dia 31 de outubro, lembrando, é claro, que não é fixo a data de comemoração dos Sabbats, eles podem ocorrer e serem comemorados próximo a essas datas segundo diferentes tradições. A data de 31 de outubro é bem famosa, pois é nesse dia que se comemora o Halloween, que tem origem a partir da festividade de Samhain, mas para chegar nesse ponto ainda há muita história. Continue lendo que chegaremos lá.   

O Sabbat de Mabon e o Equinócio de Outono

 

Chegado no equinócio de outono temos o Sabbat de Mabon, conhecido também como o Sabbat da segunda colheita. Aqui no hemisfério sul ele ocorre entre 20 e 21 de março, enquanto que no hemisfério norte entre 20 e 21 de setembro. E assim como no equinócio de primavera, em que se realiza o Sabbat de Ostara, nesta data ocorre um evento que só acontece duas vezes ao ano no dia dos equinócios: o dia e a noite possuem a mesma duração, ou seja, estão equilibrados, e o equilíbrio é uma das principais características a serem abordadas e trabalhadas em Mabon.



Depois dessa data as noites se tornam mais longas e os dias mais curtos, e a parte escura da Roda do Ano fica mais presente e evidente na natureza. Portanto, em Mabon temos o equilíbrio da Luz e Sombra, que simbolicamente também estão presentes em nosso ser, pois todos temos nosso lado de luz e de sombra. E é neste período em que podemos refletir sobre o equilíbrio desses aspectos duais em nossas vidas.  


Mabon é conhecido tradicionalmente como o festival da segunda colheita. Para os povos antigos isso significava que a fértil terra em breve pararia de dar as suas bênçãos, e a colheita cessaria, pois não haveria mais frutos a serem colhidos.

 

Durante o outono, o verde dos campos vai sumindo aos poucos, as folhas das árvores tomam um tom marrom e caem, o calor do sol já não é mais o mesmo e gradativamente o frio vai aumentando. A terra já não irá dar mais tantos frutos quanto antes durante o período do outono, mas no começo dele a abundância se faz presente, pois tudo o que se plantou está retornando fortemente. Esse era um período de prosperidade, no qual também se era dado graças a tudo o que foi e estava sendo dado pela mãe natureza.

Entrevista com Bernardo de Gregório


Esta é uma entrevista, esplêndida por sinal, com Bernardo de Gregório no programa Entre o Céu e a Terra feito pela TVBrasil. Nesse programa ele nos fala sobre temas que lidamos bastante no mundo do hermetismo. Os temas em específicos abordados são: o papel da mulher; ritos e rituais; origem e fim do mundo; deuses e panteões; símbolos e representações. E com isso Bernardo de Gregório nos conta de maneira bem didática e fascinante a origem do matriarcado, a adoração à deusa, a mulher como deidade, a revolução do patriarcado, a importância dos mitos e ritos, os ritos dionisíacos, o teatro, a origem do universo por meio do caos, deuses como as forças da natureza, Akhenaton e a criação do monoteísmo, a ideia abstrata de Deus, o inconsciente e raciocínio simbólico, Jung e os arquétipos, entre outras coisas magníficas.

Se tiver tempo veja, senão tiver arranje, pois além de ser gostoso de assistir ainda vale cada minuto do seu tempo.

Bernardo de Gregório é médico psiquiatra, especialista em Psiquiatria. Psicoterapeuta em Abordagem Integradora (Jung, Reich, Antroposofia, Existencialismo). Cursou filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Bernardo orienta e coordena diversos grupos de estudo e cursos sobre Psicologia Analítica (Jung), Simbolismo, Filosofia Grega e Universal, Mitologia Grega, Universal e Comparada há mais de 25 anos. 

Tiferet, A Nossa Essência Divina - Kabbalah Hermética

Texto revisado em 10/01/2023


Título: Beleza; Harmonia (Tiferet; Tipharet; Tiphereth, em hebraico: Tav, Peh, Aleph, Resh, Tav).

Imagem Mágica: Um rei majestoso. Uma criança. Um deus sacrificado.

Localização na Árvore: No meio do Pilar do Equilíbrio

Planeta: Sol

Texto Yetzirático: O Sexto Caminho chama-se Inteligência Mediadora, pois nele se multiplicam os influxos das emanações, fluindo essas influências para todos os reservatórios das bênçãos com que se unem.

Títulos conferidos:  Zoar Anpin, o Rosto Menor, Melekh, o Rei, Adão, O Filho, O Homem

Nome Divino: YHVH Eloah Va Daath

Arcanjo: Rafael

Coro Angélico: Malachim, mensageiros

Qlippoth: Thagirion

Chakra Cósmico: Shemesh, o Sol

Chakra: Anahata

Experiência Espiritual: Visão da harmonia das coisas. Mistérios da crucificação.

Virtude: Devoção à Grande Obra. Magnanimidade

Vício: Orgulho

Símbolos: O lámen, a Rosa-cruz, a cruz do Calvário, a pirâmide truncada, o cubo, o hexagrama, Sagrado Anjo Guardião.

Arcanos do Tarot: Os quatro 6

            6 de paus: Senhor da Vitória

            6 de copas: Senhor do Prazer

            6 de espadas: Senhor do Sucesso Merecido

            6 de ouros: Senhor do Sucesso Material

Cor em Atziluth: Rosa-claro

Cor em Briah: Amarelo

Cor em Yetzirah: Rosa-salmão intenso

Cor em Assiah: Âmbar-dourado

No Reino Animal: Leão, pelicano, fênix

No Reino Mineral: Ouro(metal), diamante, topázio (gema).

No Reino Vegetal: Olíbano, girassol, acácia, videira, alecrim, louro, freixo.

Corpos: o corpo mental superior

Correspondência no microcosmo: Coração

Número: 6

Algumas associações com deuses: Osíris, Amon Rá, Apolo, Dionísio, Hélios, Hércules, Belenos, Mitra, Amaterasu, Buda, Jesus, Krishna, Oxalá.

 

Localizada no centro da Árvore da Vida, no Pilar do Equilíbrio, temos a sexta esfera, Tiferet. Ela é a esfera de nossa verdadeira essência, é o Eu Superior, é a centelha divina em nós, é o ponto no qual nos ligamos com o Sagrado Anjo Guardião (e também pode ser considerada ele próprio), é a esfera do objetivo de vida, da Verdadeira Vontade, da Grande Obra, do vir a ser e se tornar, e é aqui que os objetivos desta encarnação se encontram e se cumprem.


Tiferet significa Beleza, Harmonia. A beleza aqui não é estética, mas sim o produto final da perfeita harmonia e equilíbrio das esferas da Árvore da Vida em Tiferet. Tanto que uma das Visões Espirituais atribuídas a ela é A Visão da Harmonia das Coisas. Essa visão implica no saber de como seguir e administrar com maestria os aspectos da sua vida para compor algo grandioso, que também podem ser pequenas coisas que se desdobram em algo grande, e quando juntar todas as peças, elas irão compor um todo, e quando composto esse todo, ele mostrará uma beleza harmônica, que só se foi possível conquistar com o devido equilíbrio de diversos aspectos envolvidos na sua vida. 


Um dos símbolos que ajuda a trazer um maior entendimento sobre Tiferet é o Sol.




O Sol é a luz que nos ilumina, ele é o dador da vida, pois sem ele não a haveria. Ele é o centro de nosso sistema solar, assim como Tiferet é o da Árvore da Vida. Na astrologia ele está ligado ao Eu, à nossa essência, e Tiferet é a representação dela. O Sol tem como virtude a Magnanimidade, que é a grandeza da alma, é ser bom de coração, e ser magnânimo é ser como o Sol, irradia luz para todos ao seu redor. Como defeito tem o Orgulho. Quero que esqueça aqui a visão de que Orgulho é o senso de realização ou satisfação por um acontecimento, mas que o enxergue como fonte de um ego que apenas quer se sentir bem mostrando suas conquistas aos outros, e Tiferet é o caminho contrário do ego. As obras realizadas em comunhão com sua essência, com seu Sagrado Anjo Guardião, não são feitas pelo ego ou pra se sentir orgulho, elas são obras que manifestam o divino e seu lado divino aqui neste Plano de Malkuth. A Qlippoth, a casca da Árvore da Morte, que é contrária à Tiferet é Thagirion, o sol negro.


“[...] o Eu Superior é desligado da personalidade encarnada, deixando esta sem seu elemento espiritual central diretor e organizador. O indivíduo é então arremessado no mundo dos miseráveis prazeres da ostentação, do envaidecimento extremo, do egoísmo infundado e do egocentrismo.”     – A Cabala Draconiana, Adriano Camargo

O ouro é um dos metais que estão ligados à Tiferet, e ele é também associado ao Sol, talvez por conta de sua pureza. Na alquimia a expressão “transformar chumbo em ouro” é simbólica, pois o ouro na verdade é a representação do verdadeiro Eu, ou até mesmo as riquezas do verdadeiro Eu. Outras pedras associadas à Tiferet são o topázio e o diamante amarelo. Crowley no Liber 777 diz que o topázio é o ouro do sol e que o diamante amarelo sugere o reflexo de Kether em Tiferet.


 

No desenho da Árvore da Vida, cada esfera está estrategicamente colocada num ponto em que sua posição nos traz a luz para compreensão delas e de seus caminhos, e por Tiferet estar localizada no meio dela, pode-se começar a compreender melhor essa esfera a partir disso.

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Este blog aborda temas sobre diversas áreas do Hermetismo, e mostra como encontramos nele uma poderosa ferramenta de desenvolvimento pessoal, de reencontro com nosso Eu Interior, com a natureza, e com a espiritualidade. Levando-nos assim rumo à Tiferet.

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