Texto de Marcella Helena
Como
são os ritos nos dias atuais?
Ultimamente tem me chamado à
atenção a falta de um marco para as inúmeras transições que todos nós
fazemos durante a vida. Antigamente, esses momentos de transição eram
marcados pelos ritos (rituais); hoje, esses momentos ou não estão sendo
vivenciados ou não estão tendo relevância na vida das pessoas.
Um número considerável de
clientes tem ido até o consultório reclamar sobre uma falta de sentido e se
queixam de se sentirem desencaixados no momento em que estão vivendo. Dando
alguns exemplos, é como se, mesmo estando na idade adulta, a pessoa ainda
esteja presa aos moldes de quando estava amadurecendo.
Ou então um jovem adulto que
não se sente pronto para ir para a vida pois de fato não se reconhece nesta
fase: ainda se sente como adolescente, vivendo dia após dia, sem muitos planos
e nada de segurança.
O
rito ao longo dos tempos
Antigamente, as pessoas
contavam com a ajuda de ritos para simbolizarem uma mudança de fase; cada tribo
ou família tinha seus meios próprios de iniciarem seus filhos conforme a vida
ia se apresentando. Esses ritos eram feitos em todos os momentos de
vida em que uma transição psíquica tinha de ser realizada, como nos marcos mais
tradicionais: iniciação à puberdade, casamento, nascimentos e mortes. Com
o tempo, os ritos foram atualizados e explorados culturalmente: a menina que
fazia 15 anos tinha uma festa para ser apresentada à sociedade; o primeiro emprego
era a porta necessária para entrar em uma vida adulta, etc., entre tantos
outros exemplos que podemos dar.