Título: Malkuth, o Reino. Em hebraico (Mem,
Lamed, Kaph, Vav, Tav)
Imagem
Mágica: Uma
jovem coroada sentada no trono
Localização
na Árvore: Na base
do Pilar do Equilíbrio
Planeta: Terra
Texto
Yetzirático: O Décimo
Caminho chama-se Inteligência Resplandecente, porque é exaltado sobre todas as
cabeças e tem por assento o trono de Binah. Ele ilumina os esplendores de todas
as luzes, fazendo emanar a influência do Príncipe dos Rostos, o Anjo de Kether.
Títulos
conferidos a Malkuth: A Porta.
A Porta da Morte. A Porta das Trevas da Morte. A Porta das Lágrimas. A Porta da
Justiça. A Mãe Inferior. Kallah, a Noiva. A virgem
Nome
Divino: Adonai
Malek ou Adonai ha Aretz
Arcanjo: Sandalphon
Coro
Angélico: Ashin,
Almas de Fogo
Qlippoth: Nanemah
Chakra Cósmico: Cholem ha
Yesodoth, Terra
Chakra: Muladhara
Experiência
Espiritual: A visão do
Anjo da Guarda
Virtude: Discriminação, concretização
Vício: Avareza, inércia, materialismo
Símbolos: O altar de cubo duplo. A cruz de
braços iguais. O círculo mágico.
Arcanos do
Tarot: Os
quatro 10
Cor em
Atziluth: Amarelo
Cor em
Briah: Marrom e
às vezes representado por 4 cores: Amarelo, Oliva, Vermelho e Preto
Cor em
Yetzirah: Citrino,
oliva, castanho avermelhado e preto, salpicado de ouro
Cor em
Assiah: Preto
No Reino
Animal: Vaca,
Touro, Cachorro
No Reino
Mineral: Cristal
de Rocha
No Reino
Vegetal: Milho,
Papoula, Romã, Hera, Salgueiro, Café, Cereais
Corpos: Corpo Físico
Correspondência
no microcosmo: Pés e
ânus
Número: 10
Algumas
associações com Deuses: Ceres,
Gaia, Pacha Mama, Omulu e Obaluaê, Veles, Kubera
Malkuth é a última esfera da Árvore da Vida, a
esfera do Plano Físico. É nela em qual as atividades de todas as outras se
manifestam e tornam-se concretas. É aqui que as emanações das outras esferas
encontram estabilidade e equilíbrio, pois todas elas são dinâmicas em diversos
graus. Por isso essa sephira se encontra na base do Pilar do Equilíbrio.
Malkuth pode ser visto de duas maneiras:
1ª-Como a esfera da manifestação final, a ideia
finalizada e concretizada, seguindo o caminho do relâmpago, que é a
descida da Árvore da Vida de Kether até Malkuth
2ª- Como a esfera inicial para a ascensão a Planos
mais elevados de consciência e espirituais, indo pelo caminho da
serpente. O ponto focal da ascensão começa a partir de Malkuth, esfera onde
está adormecida a serpente do conhecimento, elevando-se pela Árvore da Vida
trazendo a consciência e iluminação.
Essa esfera tem como correspondência o Chakra
Muladhara, conhecido como chakra base ou básico, localizado no períneo.
Justamente onde fica adormecida a Kundalini.
Muladhara
Chakra
É
em Malkuth que se aprende a lidar com a matéria aprendendo seu real poder e
influência.
“Malkuth
é o nadir da evolução, mas devemos encará-la não como o abismo último da
não-espiritualidade, e sim como a boia de sinal de uma corrida. Todo barco que
retorna ao ponto de partida sem ter dado a volta pela boia é desclassificado.
Ocorre o mesmo com a alma. Se tentarmos escapar da disciplina da matéria antes
de termos dominado suas lições, não avançaremos na direção do céu, mas
sofreremos um atraso em nosso desenvolvimento.”
- A Cabala Mística, Dion
Fortune
Mas
Malkuth não é apenas formada pela matéria. Não se deve vê-la como algo separado
das forças espirituais, daquilo que está oculto dos nossos sentidos. A matéria
só existe porque algo a anima, porque algo lhe dá a vida, e, segundo os
cabalistas, ela é mais do que uma esfera terrestre, a chamam também de a Alma
da Terra, e por isso carrega um aspecto sutil e psíquico, o qual é
algo que está por trás das manifestações físicas dando origem à elas. Assim
como os 4 elementos (fogo, água, ar e terra) são mais do que manifestações
físicas, são também estados em que a energia universal pode se manifestar.
O
mundo na visão cabalista é composto por esses 4 elementos. E embora Malkuth
seja propriamente a esfera da terra, do Plano Físico, ela engloba todos os 4
elementos. Por isso carrega seu aspecto psíquico e sutil. Água /
emoção; Ar / Mental; Fogo / Vontade /
Espiritual; Terra/Matéria.
Seu
chakra cósmico é chamado de Cholem Ha Yesodoth, a esfera dos
elementos. É comumente representado na Árvore da Vida por 4 cores: citrino,
verde oliva, castanho avermelhado e preto.
Como
símbolos correspondentes possui a cruz de braços iguais, conhecida
também como cruz isóscele. Essa é a cruz dos elementos, representando os 4
elementos em perfeito equilíbrio. Possui também o círculo mágico.
Os círculos dentro da magia sejam eles desenhos, pontos riscados, círculos de
pedra, entre outros, representam um canal de comunicação entre o mundo físico
com o espiritual. E possui também o altar de cubo duplo, que é
um altar que se apresenta no meio de um Templo, representando a máxima do
hermetismo “o que está em cima é como o que está embaixo”, ou seja, o visível é
reflexo do invisível.
Nas imagens acima temos um exemplo de um ponto riscado de uma
entidade que trabalha na linha da Umbanda, a cruz de braços iguais e o círculo
de pedra de Stonehenge.
É
em Malkuth que começa e termina todo trabalho prático da magia. Toda operação
mágica tem por objetivo fazer com que o poder desça dos Planos sutis sendo ele
posto a serviço do mago, que o aplica ao objetivo desejado.
O
grande desafio da magia prática consiste em trazer o sutil à esfera de Malkuth,
e para isso é necessário a construção de canais e elos de conexão para que os
resultados esperados ocorram. E existe uma grande dificuldade nessa transição
do sutil ao denso, por isso o mago utiliza então símbolos, aromas, objetos,
músicas e demais correspondências para sintonizar a imaginação e criar essas
conexões. A melhor arma mágica para isso é o próprio mago, porque ele é o canal
de evocação mais satisfatório para realizar a operação mágica, pois seu magnetismo
vence o abismo entre Yesod e Malkuth. O resto do trabalho é
realizado pela mente nos Planos mais sutis.
A
Experiência Espiritual atribuída à Malkuth é a visão do anjo da guarda, ou
seja, a descida da divindade na humanidade. Tem como virtude a concretização,
pois é em Malkuth que tudo se concretiza. E também a Discriminação. Como vício
possui a avareza e inércia. Dion Fortune explica em
seu livro “A Cabala Mística” esse conceito melhor.
“A
virtude especial de Malkuth é a discriminação. Essa ideia é bem exemplificada
no curioso simbolismo dos antigos, que declararam que a correspondência no
microcosmo se estabelece com o ânus. Tudo o que na vida está corrompido deve
ser excretado, e a excreção macrocósmica se dá nas esferas qliphóticas, que
dependem de Malkuth, de onde os excrementos cósmicos não podem retomar aos
planos da forma organizada sem antes encontrar o equilíbrio. Há, portanto, no
mundo qliphótico, uma Esfera que não é o inferno, mas o purgatório; é um
reservatório de forças desorganizadas emanadas de formas destruídas a expulsas
pela evolução; é o caos num arco inferior. [...]
Portanto,
a virtude especial de Malkuth é agir como uma espécie de filtro cósmico,
expulsando a excreção a preservando o que ainda tenha alguma utilidade.
Os
vícios característicos de Malkuth são a avareza e a inércia. É fácil ver como a
estabilidade de Malkuth pode ser levada ao excesso, a dar origem à lerdeza e à
inércia. O conceito de avareza, embora não seja tão óbvio na superfície, revela
rapidamente seu significado à investigação, pois o apego excessivo da avareza é
uma espécie de constipação espiritual, o oposto exato da discriminação que
rejeita as excreções da vida por meio do ânus cósmico deitando-as no esgoto
cósmico das Qliphoth.”
Sua
correspondência no microcósmico é o ânus como foi explicado acima e os pés. Os
pés estão ligados à estabilidade, estar com os pés firmes no chão, na Mãe
Terra.
Malkuth
tem como título principal o nome de O Reino. A Imagem Mágica que
representa essa esfera é de uma jovem coroada e sentada no trono. Ela está
coroada porque ela é quem reina sobre O Reino (Malkuth), e ao estar sentada no
trono nos remete também ao texto yetzirático, o qual diz que Malkuth tem por
assento o trono de Binah.
O
texto yetzirático diz que “O Décimo Caminho chama-se Inteligência
Resplandecente, porque é exaltado sobre todas as cabeças e tem por assento o
trono de Binah. Ele ilumina os esplendores de todas as luzes, fazendo emanar a
influência do Príncipe dos Rostos, o Anjo de Kether”. Esse texto a respeito
de Malktuh traz três ideias principais:
1ª:
O conceito de Inteligência Resplandecente que ilumina o esplendor de todas as
luzes. É em Malkuth que tudo toma forma e se concretiza. Todas as luzes
(emanações) das outras sephiras tornam-se luminosas quando refletidas em
Malkuth. É aqui que elas encontram seu esplendor e podem brilhar.
2ª:
É a relação com Binah, a terceira esfera, o qual diz que Malkuth tem por
assento o trono de Binah. Binah é a Mãe Superior e Malkuth a Mãe Inferior.
Malkuth é Binah numa escala menor. O que se inicia em Binah, esfera que dá a
forma primordial, tem sua culminação em Malkuth.
3ª:
A décima esfera emana a influência do príncipe dos rostos, o anjo de Kether,
que é Metraton. E o que isso quer dizer?
Quer
dizer que Kether e Malkuth possuem um canal de ligação que é o Pilar do
Equilíbrio. É o famoso Caminho do Meio o qual Buda cita. A força flui às vezes
de Malkuth à Kether e às vezes de Kether à Malkuth. O Caminho que segue o Pilar
do Meio é o caminho mais rápido para a iluminação e para se libertar da roda
das encarnações. E entre essas duas esferas também existe uma polarização,
Malkuth, a Grande Mãe, e Kether, o Pai universal. Portanto, apesar de não
estarem ligadas diretamente, nota-se aqui a interação entre elas.
A
esfera de Malkuth possui vários títulos conferidos a ela, sendo alguns deles
vindo diretamente do Zohar, como a Mãe Inferior explicado acima, Malkah, a
Rainha, e Kallah, a Noiva do Tetragrammaton. E também a Porta, pois
Malkuth é uma porta aberta para esferas mais altas e para as cascas da Árvore
da Morte, as chamadas Qliphots. Também é chamada de a Porta da Morte, pois o
nascimento nesse Plano é a morte para as coisas superiores.
O Arcanjo dessa esfera é Sandalphon, o
anjo negro, é dito que ele é o Arcanjo protetor do planeta Terra. Sua
contraparte é Metraton, Arcanjo de Kether, o anjo brilhante. Eles poderiam
representar o bom e o mau carma. Sandalphon preside sobre a dívida cármica, por
isso o simbolismo dos títulos Porta da Justiça e Porta das Lágrimas.
O Nome Divino associado à Malkuth é
Adonai Malekh ou Adonai Ha aretz, que significa “O Senhor que é Rei” e “O
Senhor da Terra”. E o Coro Angélico é o dos Ashim, as Almas do Fogo, ou
Partículas Ígneas.
“Uma Alma do Fogo é, na verdade, a consciência de
um átomo; os Ashim, por conseguinte, representam a consciência natural da
matéria densa; são eles que lhe dão suas características. São as Vidas Ígneas,
essas cargas elétricas infinitesimais, que ondulam sem cessar para frente e
para trás com tremenda atividade na estrutura da matéria e lhe formam a base.
Tudo que conhecemos como matéria baseia-se nessa estrutura. É com a ajuda
dessas Vidas Ígneas que certos tipos de magia são operados. São pouquíssimas as
pessoas que podem operar essa magia, pois quanto mais denso o plano a ser
manipulado, maior deve ser o poder do mago.” - A Cabala Mística, Dion Fortune
Sua numerologia é a do número 10.
“Para Pitágoras, o dez representa a completude da
Grande Obra, onde 1+0 = 1 e trazemos o divino para a própria essência de Gaia
(Malkuth), o retorno a unidade após toda a jornada plenamente manifestada, o
término de um processo que permite o início de outra fase surgir.
Era representado pelo símbolo X, que traz dentro de
si a cruz de quatro braços, mostrando que a jornada final também trazia dentro
de si os quatro elementos.” – A Kabbalah Hermética, Marcelo Del Debbio
No Tarot é representado nos Arcanos
Menores pelos quatro 10. O 10 é o fim da jornada e o começo de outra. A
concretização e culminação de algo que dá fim e início a um novo ciclo, por
isso Malkuth tem correlação com esse número. O Dez de Paus chama-se Senhor da
Opressão; o Dez de Copas, o Senhor do Sucesso Completo; o Dez de Espadas, o
Senhor da Ruína; e o Dez de Ouros, o Senhor da Riqueza.
Referências bibliográficas:
A Cabala Mística – Dion
Fortune
Kabbalah Hermética
– Marcelo Del Debbio
O Poder da Magia –
Israel Regardie
Sandalphon
– Disponível em https://pt.qwe.wiki/wiki/Sandalphon
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