A Roda do Ano e os Sabbats



A vida é feita de ciclos. Com a Terra, Gaia, a Mãe Natureza, também não seria diferente. O semear, nascer, florescer, morrer, renascer, são ciclos inerentes na vida de todos e da Mãe Natureza em que vivemos. A Roda do Ano é a representação desses ciclos na natureza, mas que também conversam com nossas vidas, pois esses ciclos estão ligados ao mundo que nos cerca e ao nosso interior. E eles são divididos na Roda do Ano em 8 e são chamados de Sabbats.  

Os Sabbats são festividades pagãs antiquíssimas que carregam uma enorme energia em si, pois são lembrados e reforçados a cada ano que passa, além de coincidirem com excelentes pontos astrológicos. São comemorados por muitos bruxos e bruxas, mas não é exclusivo da religião Wicca. Desde tempos remotos o povo do campo realizava essas celebrações e cultuavam essas passagens da natureza com festividades, oferendas, cerimônias e muita devoção.

Em diversas culturas os Sabbats são representados por mitos e celebrações. Como exemplos disso temos diversos sincretismos religiosos com as festividades pagãs, que se mesclaram e estão presentes em algumas que temos hoje em dia. O natal, a páscoa, a fogueira de São João e algumas outras festividades presentes em outras culturas são exemplos desse sincretismo.

 

           

                             

Os 8 Sabbats são divididos em dois grupos: 4 Sabbats menores, realizados nos equinócios e solstícios; e 4 Sabbats maiores, realizados no meio de um equinócio/solstício e outro. Como eles seguem os ciclos da natureza, as datas que são comemorados diferem do hemisfério sul para o hemisfério norte. Então aqui no hemisfério sul enquanto temos o solstício de verão, lá no hemisfério norte temos o solstício de inverno.

 

As datas dos Sabbats 

As datas para realizar os Sabbats tecnicamente não são fixas, elas podem sim ser comemoradas na data que é estipulada normalmente, mas também podem ser celebrados alguns dias depois, e até mesmo seguindo o calendário astrológico quando o sol adentrar em um determinado signo.

 

Ostara (Equinócio de primavera)

21-23 de setembro no hemisfério sul e 21-23 de março hemisfério norte

 

Beltane (Sabbat no meio da primavera)

31 de outubro hemisfério sul e 1 de maio hemisfério norte

 

Litha (Solstício de verão)

21 de dezembro no hemisfério sul e 21 de junho hemisfério norte

 

Lammas ou Lughnashad (Sabbat no meio do verão)

2 de fevereiro hemisfério sul e 1 de agosto hemisfério norte

 

Mabon (equinócio de outono)

20 de março hemisfério sul e 20 de setembro hemisfério norte

 

Samhain (Sabbat no meio do outono)

1 de maio hemisfério sul e 31 de outubro hemisfério norte

 

Yule (Solstício de inverno)

21 de junho hemisfério sul e 21 de dezembro hemisfério norte

 

Imbolc ou Candlemans (Sabbat no meio do inverno)

1 de agosto hemisfério sul e 1 de fevereiro hemisfério norte

 

No dia dos equinócios de outono e primavera, o dia e a noite possuem a mesma duração, porém no outono as noites começam a ficar maiores que o dia, e seguem assim até o equinócio de primavera que é quando os dias começam a ficar maiores que a noite. Portanto de Ostara, equinócio de primavera, a Lammas, Sabbat realizado no meio do verão, temos os chamados Sabbats de Luz, pois o dia vai se tornando maior até encontrar seu auge em Litha, solstício verão, e a partir daí vai decrescendo, mas mantendo ainda a duração do dia maior que a noite, até encontrar o equilíbrio em Mabon, equinócio de outono. E de Mabon a Imbolc, Sabbat do meio do inverno, temos os Sabbats de Sombra, que é justamente o contrário, as noites vão se tornando maiores até chegar o Sabbat de Yule, solstício de inverno, a maior noite do ano e chamada também de a noite mais escura do ano. E a partir daí as noites vão ficando menores até encontrar seu equilíbrio em Ostara, recomeçando todo o ciclo.

 

 Essa dualidade entre Luz e Sombra além de representarem a duração do dia e da noite e as 4 estações do ano, nos rendeu diversos mitos ao longo da existência da humanidade para simbolizar essas passagens, carregando neles mensagens muito importantes. Mas ela também representa um período da vida, que passamos durante o ano, em que seus valores simbólicos carregados nos Sabbats podem ser meditados, refletidos e incorporados em nós para uma melhor qualidade de convivência consigo mesmo e com o mundo que nos cerca. Além de, é claro, aproveitar as deliciosas comidas de cada Sabbat.

Uma vez que estamos sincronizados com os ciclos da natureza podemos tirar aprendizados que enriquecem o nosso Ser e nossas vidas, aproveitando a energia presente durante o período dos Sabbats para trazer a ela a força deles, e assim mudarmos o que queremos mudar, seguindo é claro os simbolismos do que cada um dos Sabbats representam.

Não é preciso ser Wicca ou se denominar bruxa(o) para sentir e festejar o que a força dessas passagens da natureza representa tanto no macrocosmo quanto no microcosmo. Portanto, se um dia quiser celebrar algum dos Sabbats sinta-se à vontade. Mas faço uma ressalva de que é interessante ter alguém mais experiente nisso com quem possa trocar uma ideia sobre o Sabbat que deseja realizar e em como prestar sua homenagem à Roda do Ano, pois existem diversas particularidades na forma de se celebrar um Sabbat dependendo da corrente e do viés religioso ou místico que seguir. Lembrando que eles são uma das celebrações mais antigas presentes nesse planeta, então obviamente com o tempo se formam essas particularidades na forma de celebrá-los.

Esse texto não tem o objetivo de falar especificamente sobre cada um dos 8 Sabbats, ou de falar das formas de celebrá-los ou de honrar a egrégora da Roda do Ano, mas sim de abordar um pouquinho do que ela vem a ser. Próximo ou no período dos Sabbats tentarei falar especificamente sobre cada um deles. Particularmente eu não tenho muito tempo em relação a meu começo nas celebrações da Roda do Ano, mas sinto que devo agradecer a ela pelas coisas e experiências que me trouxe, não só prestando minha homenagem como faço durante os Sabbats, mas também compartilhando um pouco de seus significados. E assim, a quem interessar, possa buscar mais sobre essa incrível experiência que é participar dos Sabbats da Roda do Ano.

 

No que você acredita invista, persista e nunca desista! Rumo à Tiferet!


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Este blog aborda temas sobre diversas áreas do Hermetismo, e mostra como encontramos nele uma poderosa ferramenta de desenvolvimento pessoal, de reencontro com nosso Eu Interior, com a natureza, e com a espiritualidade. Levando-nos assim rumo à Tiferet.

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