O Sabbat de Lammas

Texto revisado em 11/01/2023

Lammas, também conhecido como Lughnasadh, é o Sabbat comemorado no meio do verão, entre solstício de verão e o equinócio de outono. No hemisfério norte este Sabbat é comemorado no dia 1º agosto, mas aqui no hemisfério sul é comumente comemorado entre 1 e 2 de fevereiro, e dependendo da vertente que segue para honrar a Roda do Ano, até depois. Nesta época o poder do deus sol ainda predomina, embora aos poucos ele vai diminuindo enquanto caminha em direção ao outono, ou simbolicamente, à morte. Aqui, ele está doando toda sua energia aos grãos para que eles se tornem os melhores na hora da colheita.

Lammas é conhecido por ser o Sabbat da primeira colheita. Aqui é hora de começar a colher o que se foi plantado durante os últimos meses da primavera. Ele é uma celebração para se comemorar os frutos do trabalho duro que tivemos de tudo aquilo que plantamos e hoje estamos cultivando. Comemorar a colheita que é resultado da dedicação, do amor, do cuidado e do empenho daquilo que resolvemos ter em nossas vidas. Aqui alcançamos a prosperidade tão esperada.

Algo que muito se é exaltado neste Sabbat são os grãos, pois eles estão representando a prosperidade da terra. O cultivo deles foi e é de extrema importância para a nossa civilização.

 

O poder dos grãos

 

Graças aos povos antigos, que no passado estabeleceram uma sociedade voltada à agricultura, foi-se possível alcançar a prosperidade através dela (prosperidade no sentido de crescimento). Toda a arte de nossos antepassados de saber plantar, cultivar, escolher e separar os melhores grãos para os próximos plantios e colheitas, foi responsável pela sobrevivência e expansão da humanidade, e se existimos aqui hoje, foi por este saber vindo direto deles.

Existem uma gama de coisas que podem ser feitas a partir de grãos, e que constituem a base da construção de diversos alimentos que temos hoje. Dois dos alimentos mais exaltados em Lammas são o milho e o pão. Do milho, por exemplo, faz-se o óleo, fubá, farinha, massas, canjica, pamonha, etc. É rico em carboidratos, proteínas, vitaminas e sais minerais. O pão é um alimento clássico deste Sabbat. Era costume fazer pães em Lammas, e dentro deles colocar os primeiros grãos maduros da colheita, e dividir entre os membros da comunidade durante o festival.

Os grãos, cereais, leguminosas, são alimentos que representam a fartura e prosperidade que a terra nos dá, e que constituem o Sabbat de Lammas, sendo muito importantes aqui nele.

 

A primeira colheita

Lammas é a época da primeira colheita, e também considerada a mais farta delas. Simbolicamente, o que havíamos trabalhando para alcançar em nossas vidas, começam a dar frutos. Desses frutos podem advir a prosperidade, lembrando que ela não é unicamente material, e com ela a chance de fazermos algo melhor para nós, para a sociedade a qual estamos inseridos e ao mundo.

A partir de nossas colheitas obtemos coisas das quais podemos compartilhar com os demais. Frutos que não são consumidos e são deixados de lado apodrecem, tornam-se um desperdício do esforço empregado para obtê-lo, mas aqueles frutos que são compartilhados com as pessoas, faz uma comunidade melhor, mais unida e próspera, e assim todos crescem juntos.

Não estou falando aqui especificamente de caridade, mas sim de compartilhar de sua prosperidade. O que há de abundante em você que possa ser compartilhado? O que você pode ensinar? O que você pode levar ao mundo?  

 

O Sabbat de Lammas

Este era uma antiga festividade realizada pelos druidas em homenagem ao deus celta Lugh, deus do sol, de onde vem o outro nome do Sabbat de Lammas, Lughnasadh (o festival de Lugh). Lugh era um deus guerreiro e considerado também um deus de muitas artes, e a propósito, este Sabbat é um ótimo momento para se trabalhar com arte, e pensar em como podemos levar nossa arte ao mundo, trazendo assim benefício a todos.

Deus celta Lugh

Em culturas pré-cristãs, Lammas era o festival dos grãos, celebrando a colheita deles, e com isso a fartura e prosperidade que deles advinham, sendo compartilhado dessa colheita com a comunidade.

Sendo um momento de grande abundância, era agradecido ao deus e à deusa a primeira das colheitas do ano, e ofertado a eles os melhores grãos dela. O deus, caminha aos poucos para sua morte para que então renasça no futuro, e a deusa se prepara para se tornar uma anciã, dando continuidade ao ciclo da natureza na Roda do Ano. 

 

Elementos do Sabbat de Lammas

 

Ervas e plantas:

-Girassol

-Trigo

-Louro

-Hortelã

-Aloé

-Rosas vermelhas e amarelas

 

Incensos:

-Aloé

-Rosa

-Sândalo

-Louro

-Cravo

 

Velas:

-Amarelas

-Vermelha

-Laranja

 

Pedras:

-Ouro

-Topázio

-Citrino

-Quartzo

 

As comidas de Lammas envolvem massas e todos tipos de grãos:

-Pão

-Massas em geral

-Aveia

-Milho

-Grãos e leguminosas

 

Bebidas: 

-Vinho

-Cerveja clara ou tipo Ale

-Hidromel

 

Como já disse em textos anteriores referentes aos Sabbats, aqui no momento não ensino nenhum ritual para celebração deles, pois existem diversas vertentes que os celebram e cada um com suas particularidades. Apenas proponho a quem queira celebrá-los que pesquise sobre os diversos rituais de celebração que existem e busquem os que te fazem sentir bem ou que sinta afinidade.

 

Lammas sob perspectiva hermética 

Os Sabbats compõem a Roda do Ano e nos mostram que assim como a natureza, nossas vidas também possuem ciclos, e por meio deles podemos nos sintonizar com ela e assim aprender os ensinamentos dessas passagens.

O Sabbat de Lammas é uma celebração para agradecer a colheita obtida, e dessa colheita saber separar os melhores grãos e sementes que você quer continuar cultivando ou expandi-los na sua vida. Observe nela o que conseguiu obter com a dedicação com qual se empenhou para alcançar seus desejos, e veja quais os frutos que isso gerou, se deseja continuar tendo isso na vida e se quer expandir. Lammas é também um chamado para refletir sobre a continuação de seus trabalhos. E acima de tudo ter a gratidão pelo o que foi colhido e conquistado em sua jornada.

 

Referências bibliográficas:

 

Wicca A Feitiçaria Moderna, o livro das ervas, magias e sonhos – Gerina Dunwich

Lammas, o festival da colheita. Disponível em https://dezmilnomes.wordpress.com/2018/04/25/lammas-o-festival-da-colheita/

Milho. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/saude/milho.htm