A Torre - A Força Destrutiva - Tarot

 


Texto de Zayin


“Quando achar que está tudo bem

Uma força destrutiva do nada vem.

Destrói tudo aquilo que construiu,

Mas não se desespere pelo que ruiu.

Bases fracas não se sustentam

Por mais fortes que aparentam.

Se construídas em falsas verdades

A vida vem e destrói cedo ou tarde.

Não se veja perdido pela destruição,

Pois no fim a Torre traz sua libertação.

Chega de falsidades,

É hora de reconstruir uma base forte

E baseada em reais verdades.”




Quantas foram as torres que construímos em nossas vidas e que em alguma hora acabaram sendo destruídas. Crenças e certezas inabaláveis, uma confiança absurda de que tudo daria certo, que o que acreditávamos estar construindo era uma verdade abençoada, mas no fim desabaram sobre nós de uma maneira dolorosa e sofrida. E então percebemos que nos enganamos, pois o que tínhamos não era forte, não era abençoado, e não era de fato uma verdade.

Essa força destrutiva que desaba falsas estruturas ao longo de nossas vidas está representada no Arcano XVI A Torre. Ela vem pra romper com tudo aquilo que você acredita como verdade. É a força maior, divina, que destrói sua torre de mentiras, de um falso eu, de falsas certezas. Vem para derrubar suas crenças, destruir antigos padrões, destruir seu ego.

Mas A Torre não é de todo ruim, de fato é até boa, pois mostra o que é falso na sua vida indo embora. Ela está lhe trazendo libertação. No Arcano XV, O Diabo, mostra que estamos presos a alguma coisa, mas que podemos nos libertar por conta própria, e se não conseguirmos aí a vida fará isso por nós, e a vida é A Torre, que vem pra te libertar, mas não de uma maneira agradável. Vai doer, vai ser sofrido, mas será preciso.

No tarot de Waite temos uma torre sendo atingida por um raio que a destrói e a descoroa. Chamas saem de dentro dela e duas pessoas despencam do alto da torre em direção ao chão.

O sentido simbólico dos ritos nos dias atuais

 Texto de Marcella Helena


Como são os ritos nos dias atuais?

Ultimamente tem me chamado à atenção a falta de um marco para as inúmeras transições que todos nós fazemos durante a vida. Antigamente, esses momentos de transição eram marcados pelos ritos (rituais); hoje, esses momentos ou não estão sendo vivenciados ou não estão tendo relevância na vida das pessoas.

Um número considerável de clientes tem ido até o consultório reclamar sobre uma falta de sentido e se queixam de se sentirem desencaixados no momento em que estão vivendo. Dando alguns exemplos, é como se, mesmo estando na idade adulta, a pessoa ainda esteja presa aos moldes de quando estava amadurecendo.

Ou então um jovem adulto que não se sente pronto para ir para a vida pois de fato não se reconhece nesta fase: ainda se sente como adolescente, vivendo dia após dia, sem muitos planos e nada de segurança.

O rito ao longo dos tempos

Antigamente, as pessoas contavam com a ajuda de ritos para simbolizarem uma mudança de fase; cada tribo ou família tinha seus meios próprios de iniciarem seus filhos conforme a vida ia se apresentando. Esses ritos eram feitos em todos os momentos de vida em que uma transição psíquica tinha de ser realizada, como nos marcos mais tradicionais: iniciação à puberdade, casamento, nascimentos e mortes. Com o tempo, os ritos foram atualizados e explorados culturalmente: a menina que fazia 15 anos tinha uma festa para ser apresentada à sociedade; o primeiro emprego era a porta necessária para entrar em uma vida adulta, etc., entre tantos outros exemplos que podemos dar.




O Diabo - A Sombra Dentro de Nós - Tarot

Texto de Zayin

 

“Se eu te mostrar o que você pode ter,

O quanto irá querer?

O quão baixo pode chegar

Para esse desejo alcançar?

Eu não sou mau,

Só lhe ofereço o que você quer.

A culpa não é minha se pra isso

Você sobe em quem quiser.

A ti só estendo a mão,

Mas é você quem a segura e diz ‘vamos então’.

Minha morada não é o inferno,

É dentro de você!

E às vezes ao seu lado.

Muito prazer, eu sou o Diabo.”

 

 

O que escondemos no canto mais escuro de nosso ser? Nossos desejos mais instintivos dos quais não queremos nos identificar, mas querendo ou não eles estão lá. Talvez desejos vergonhosos, vícios, obsessões, cobiça, luxúria, coisas das quais são moralmente erradas, mas por algum motivo reluz e nos chamam atenção. São essas as tentações pelas quais nosso ego é atraído. Ir com elas ou não vai de cada um, mas quem vai, vai também de braços dados com o diabo.

O Arcano XV é O Diabo, e não, aqui ele não é a figura que os cristãos tanto temem. Esse arcano fala sobre a parte feia do ser humano, por feia entende-se aquilo que queremos esconder, pois não é aceitável aos olhos dos outros, ou mesmo aos nossos, e por vezes a pessoa nem esconde. Mentiras, inveja, desejos viscerais, o querer o mal, o que tem de vergonhoso em você, são algumas representações do que é essa parte feia.

O Diabo não é a figura que te prejudica, ele apenas te testa, oferece-lhe as tentações, e se você as aceita, quem está se prejudicando é você mesmo. Ele está mais dentro de ti do que fora. É a força que te escraviza, que te seduz, que desperta os interesses de seu ego, mas daquele ego arbitrário, que é levado pelo egoísmo, materialismo e instintos mais baixos. É um arcano que pode representar algo excitante, contudo perigoso ou proibido.

Avareza: que valor você dá para o dinheiro ? - Leandro Karnal

            Já conhece a série aqui no blog sobre os Defeitos Capitais? O vídeo abaixo está aqui para agregá-la ainda mais.

Conhecer sobre os famosos Pecados Capitais, chamado aqui de Defeitos Capitais, nos ajuda a trazer luz sobre nossos defeitos e falhas, e a partir desse conhecimento então mudar o que nos atrapalha. E assim melhorarmos como pessoas, principalmente para nós mesmos.





 Confira mais sobre o Defeito Capital da Avareza: Parte 1 e Parte 2

Reintegração e Evolução - Samekh, o 25º Caminho - Kabbalah Hermética

Letra Samekh em hebraico 


Título: O útero grávido

Inteligência: Inteligência da Provação

Localização: Entre Tiferet e Yesod

Significado: Apoio, suporte

Valor Gemátrico: 60

Anjo: Adnachiel

Qliphot: Saksaksalim

Cor: Azul

Incenso: Aloe

Animais: Cavalo, cachorro

Seres Lendários: Centauros, hipogrifo

Pedras: Sodalita, Lápis lazúli, Safira azul

Plantas: Junco

Árvores: Carvalho

Correlação: Sagitário

Tarot: A Temperança

Poderes: Transmutação                                            

Símbolos: Flecha

Rituais: Unir consciente com inconsciente


O Caminho de Samekh

 

O 25º caminho é o de Samekh, conhecido também como o Caminho do Meio. Ele é o mais rápido para ascender na Árvore da Vida até Kether. Liga a esfera de Yesod até Tiferet, o Fundamento e a Beleza, Lua e Sol. Neste caminho as Emoções Inferiores unem-se às Emoções Superiores, e com isso tem-se o equilíbrio entre Essência e Personalidade.

Aqui, Ego e Self, Eu Inferior e Eu Superior, juntam-se num processo de transformação, uma verdadeira alquimia espiritual, com intuito de retificação de nossas forças internas e externas. Essa retificação se dá pela reconciliação dos opostos. É uma integração da soma de todas as partes que você é. Essa ideia está presente na alquimia pelo Casamento Alquímico, e também na psicologia junguiana como o Processo de Individuação.

 

O Processo de Individuação


Na psicologia junguiana o processo de Individuação está relacionado com o reconhecimento e enfrentamento de nossa Sombra para que haja a integração da mesma em nosso ser, e com isso busca-se a totalidade de quem somos.

Carl G. Jung em sua obra Tipos Psicológicos diz que “O processo psicológico da individuação está intimamente vinculado à assim chamada função transcendente [...]”.  É um chamado do Self ao Ego para trabalhar a Personalidade em busca da Individualidade.

Dentro do contexto cabalístico isso diz que é reconhecer o que está oculto no inconsciente e nas imagens mentais de Yesod, pois é nessa esfera que também estão as nossas Sombras e todos os aspectos inconscientes, astrais e mentais ocultos que fundamentam o ego que somos e que influenciam a nossa Personalidade.

A Temperança - A Chave Para a Harmonia - Tarot

 

Texto de Zayin

 

“1+1 é igual a 3.

Isso que quero mostrar a vocês.

Algo único e novo eu trago

Do equilíbrio de dois lados.

É com a influência de minha companhia

Que os faço encontrar harmonia.

Sou o anjo que lhes traz inspiração

Para que possam encontrar reintegração.

É através de meu poder

Que vocês podem ser

A verdadeira essência da conciliação

Do divino e da pessoa que são.

E assim seguir suas jornadas com segurança,

Com a virtude retificadora chamada a Temperança.”

 

 

O Arcano de número XIV é A Temperança. Assim como a expressão da virtude cardeal que carrega esse nome, este arcano também fala sobre moderação, ou seja, da exata medida capaz de trazer equilíbrio e consequentemente harmonia para as coisas fluírem em nossas vidas.

O Arcano XIV mostra uma verdadeira alquimia espiritual, pois essa alquimia leva a um processo de fusão de nossas forças externas e internas, trazendo a capacidade de entendimento do melhor caminho ou atitude a se seguir.

Nem pra lá ou pra cá, 8 ou 80, lado direito ou esquerdo, mas sim o caminho do meio, é isso que o arcano da Temperança nos mostra que devemos seguir, um caminho em que reside a união, conciliação, negociação de dois lados que irá resultar num terceiro, que será harmônico e trará a capacidade de seguir adiante.

No tarot de Waite, tem-se presente um anjo com um disco solar na testa. Ele está representando o chamado Sagrado Anjo Guardião de cada um de nós, a essência divina presente no íntimo de nosso ser. Ele segura duas taças e mistura seus conteúdos, e esses são as Águas Superiores se unindo às Águas Inferiores, para mostrar que é a inspiração proveniente das emoções divinas que são capazes de trazer equilíbrio entre nossa essência e ego, Individualidade e Personalidade, e assim haver harmonia em nossa forma de ser e agir.

Soldadinho De Chumbo

Por Hellen Reis Mourão

 


Era uma vez um menino que, em seu aniversário, ganhou uma caixa com 25 soldadinhos e os alinhou em cima de uma mesa. O último soldadinho de chumbo tinha apenas uma perna.

Perto, havia uma bailarina de papel e ela se equilibrava somente em uma perna, com os braços levantados.

O soldado de uma perna só acredita que a bailarina também tinha somente uma perna, e se apaixonou por ela.

Naquela noite, um gênio mau, entre os outros brinquedos, advertiu o soldado para que ele pare de olhar para a bailarina, mas o soldado o ignorou.

No dia seguinte, o soldado caiu da janela, trabalho do gênio, e ficou na calçada. Dois meninos encontraram o soldado, colocaram-no em um barquinho de papel e lançaram-no pela sarjeta.

O barquinho cai no esgoto e continuou a navegar até cair num rio, onde foi engolido por um peixe.

Quando este peixe foi pescado e cortado, o soldado estava na mesma casa de antes e colocado de volta próximo à bailarina.

Sem querer, o soldado cai no fogo. Um vento sopra e derruba a bailarina também no fogo; ela é consumida instantaneamente, somente restando o coração de pedra azul.

O soldado derrete numa poça em forma de coração e prende no coração da bailarina.

A História do Conto

O Soldadinho de Chumbo é um conto de fadas escrito por Hans Christian Andersen e publicado pela primeira vez em 1838.

Foi o primeiro conto escrito totalmente por Andersen. É importante notar que:

·         Um conto de narrativa curta e fora dos padrões dos contos mais conhecidos.

·         Aqui o herói é um soldadinho de chumbo de uma perna só, que se apaixona platonicamente por uma bailarina, que ele julga ser igual a ele.

·         Podemos supor que o soldadinho sem uma perna seja um aspecto da infância do menino.

·         Ele passa por um processo de transformação ao morrer. Ou seja, um aspecto do menino irá passar pelo fogo das emoções e morrer para que algo novo renasça.


A palavra fada vem do latim, fatum, que significa fatalidade, destino, fado.

O soldadinho de chumbo cumpre seu destino fatal, mesmo passando por adversidades e contratempos.

Um aspecto interessante nesse conto, é que o destino nasce do desejo. Ao desejar a bailarina e se espelhar nela ele cumpre seu destino, que nada mais é que a transformação e a imortalização do amor.

Isso significa que o desejo é a fachada para o cumprimento de um destino, que nada mais é que o nosso processo de individuação.

Precedentes na Mitologia e na Psicologia

O tema do amor imortal aparece em mitos como o de Eros e Psiquê.

A Morte - Live And Let Die - Tarot


 

Texto de Zayin


“A morte nos ensina que na vida

Tudo há de um dia morrer,

Para pôr fim a um ciclo

E assim podermos amadurecer.

E quando chegar a hora do adeus

Seja então forte,

E prepare-se para transformação

Causada pelo doce beijo da querida Morte.”

 

 

O fim chega para tudo e todos, e isso é um fato inegável. Para muitos é algo triste, mas decerto reside uma beleza em todos os fins, e ela é o poder da conclusão e da transformação dado por eles.

Um ponto final em algo é a chance de seguirmos num outro caminho, por vezes mais belo, profundo, transformador e em sintonia com nosso real propósito.

O Arcano de número XIII chama-se A Morte. Temível sem nenhuma necessidade. Não há porque temer ou se desesperar com este arcano, mas de fato sim sentir um alívio, pois ele está mostrando que o fim precisa chegar, para que assim abra-se espaço para uma renovação, ou um renascimento de algo novo no seu caminho.

É hora de finalizar, abandonar, despedir-se de algo que já deu na sua vida. A Morte também é um alerta para sabermos a hora de parar, pois continuar pode trazer apenas mais sofrimento e estagnação, e deixar morrer é um tipo de sacrífico necessário, caso contrário estará sempre no mesmo lugar igual ao arcano do Pendurado.

O Blog

Este blog aborda temas sobre diversas áreas do Hermetismo, e mostra como encontramos nele uma poderosa ferramenta de desenvolvimento pessoal, de reencontro com nosso Eu Interior, com a natureza, e com a espiritualidade. Levando-nos assim rumo à Tiferet.

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